Por causa da variação do clima, oscilação de preços desde o início do ano assusta e irrita consumidores. Desde 2003, quando o clima foi impiedoso e reduziu a oferta, elevando os custos de hortifrútis, não se viam altas drásticas nos preços. O orientador de mercado da Ceasa, João Carlos Caroni, conta que, por causa do frio deste mês e da baixa produção, a abobrinha, vagem, quiabo, jiló e pepino tiveram acréscimo médio de 50%. Antes do frio, o problema foi o excesso de chuva, que prejudicou a produção e elevou os custos. Produtos como tomate e cebola, principalmente, ficaram mais caros em consequência da umidade. O feijão, outro vilão para o bolso, chega a custar R$ 120 a saca de 60 quilos. O motivo também é a variação climática, já que o leguminoso é plantado principalmente em Unaí e nordeste do Brasil, regiões que tiveram problemas com o clima. Outro item que encarece as compras no supermercado é o leite, que segundo especialistas está com preço normal. Reinaldo Ribeiro, superintendente da Copervale, explica que, devido à grande oferta do ano passado, o produto teve uma ampla redução de preços e só agora recupera o valor. Para o secretário de Agricultura, José Humberto Guimarães, a carne também deve ser inflacionada no período da seca. “O leite está tendo uma recuperação de valor. A carne deve encarecer no inverno, mas isso é coisa que acontece todo ano.” José Humberto acrescenta que os hortifrútis só terão os preços estabilizados quando a temperatura firmar. “Faz um dia de calor, depois no outro é muito frio. Isso acaba atrapalhando a produção. Mas quando o clima firmar, a situação vai melhorar um pouco.”