Resultados foram apresentados em reunião promovida pelo Sistema Faemg Senar e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na quinta-feira (Foto/Divulgação)
Mais de 37 mil hectares de pastagens e de vegetação nativa foram recuperados em Minas Gerais, com as ações do FIP Paisagens Rurais. Os números do projeto, que está em sua fase final no estado, foram apresentados em reunião promovida pelo Sistema Faemg Senar e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na quinta-feira (10), em Uberaba.
Financiado pelo Banco Mundial, o projeto é desenvolvido em sete estados no Brasil e em Minas Gerais é executado pelo Sistema Faemg Senar e entidades parceiras em propriedades localizadas na Bacia do Rio Tijuco. Ao todo, foram atendidos 2.722 produtores rurais, da pecuária de corte e de leite, em 14 municípios do Triângulo Mineiro. Durante dois anos, eles receberam assistência técnica e gerencial gratuita, por meio da visita mensal de um técnico de campo.
O pesquisador da Embrapa Cerrados, Luiz Adriano Maia Cordeiro, foi o responsável pela apresentação do trabalho promovido nas Unidades de Avaliação de Indicadores (UAIs), que foram selecionadas para diagnóstico e monitoramento de áreas que receberam intervenção do projeto. “Essas 40 propriedades selecionadas representam em torno de 1% do total do FIP Paisagens Rurais. A intenção foi fazer uma avaliação de indicadores na parte de pastagens e, também, de vegetação nativa”, explicou.
De acordo com Cordeiro, essa nova metodologia de análise de pastagens, por meio de trabalho em campo, serviu para correlacionar com o monitoramento já realizado via satélite, permitindo uma validação do trabalho desenvolvido pelo técnico de campo na propriedade. O monitoramento nas UAIs foi realizado nos períodos seco e chuvoso.
O balanço mostrou que 210,33 hectares das 40 UAIs passaram por intervenção, o que representa cerca de 11% da área total, de 1.799 hectares. Nestas áreas, 62,5% passaram por renovação das pastagens, de forma direta ou indireta, com custo médio de R$4.090. “Isso foi muito interessante, pois mostrou que os produtores aproveitaram as orientações do técnico de campo para investirem nas pastagens”, completou Cordeiro.
Ele também detalhou os níveis de intervenção, com destaque para 27% dos produtores que optaram pela correção ou adubação do pasto, 22% que fizeram a integração lavoura-pecuária, seguidos de 20% que fizeram todos os tratos culturais. O relatório mostrou que nas áreas com intervenção houve um aumento no estoque de forragem de 191% no período da seca e de 79% na estação chuvosa. Em relação às Áreas de Preservação Ambiental, o balanço apontou como principais fatores de degradação a falta de aceiro em 94,2% e a presença de formigas em 93,8%. Os participantes também puderam acompanhar imagens do antes e depois das pastagens e áreas de vegetação nativa, mostrando a evolução das intervenções.