Motoristas de vans do transporte escolar rural repetiram o ato de sexta-feira e foram para as imediações da Prefeitura cobrar o pagamento (Foto/Reprodução)
Motoristas do transporte escolar rural voltam a se mobilizar no Centro Administrativo da Prefeitura de Uberaba. Os trabalhadores questionam a ausência de pagamento pelos dias de serviço prestados em julho. Em nota anterior, a administração havia informado que a verba seria repassada na sexta-feira (30), quando ocorreu a primeira mobilização.
De acordo com um reclamante, que preferiu permanecer em anonimato, cerca de 15 motoristas estão mobilizados na entrada do setor administrativo do prédio. A denúncia aponta que a movimentação se refere ao atraso de um pagamento referente a 15 dias de julho. “Esses são os 15 dias de julho, do começo do semestre ainda. O pagamento deveria ser feito na quinta-feira, quando venceram, no caso, os 10 dias após a emissão da nota. Já são 62 dias [sem o pagamento]”, afirma o denunciante.
Ao questionarem a cooperativa, os trabalhadores foram informados que o problema não estava no repasse, pois o dinheiro não havia sido depositado na sexta-feira. Além disso, o denunciante conta que a empresa informou uma previsão de depósito do dinheiro na manhã desta segunda-feira (2).
Ainda segundo o relato, durante a mobilização, um funcionário da Prefeitura teria tirado fotos das placas dos prestadores de serviço mobilizados. “Ele disse que vai cortar nossas vans da Prefeitura. Eu queria saber por qual motivo ele tem o direito de fazer isso. Ele está invadindo nossa privacidade, tirando fotos dos nossos carros, ele não pode fazer isso. Eu estou parado na rua no lugar certo, não tem nenhuma van parada errada, está tudo certo aqui", reclama o denunciante.
O denunciante aponta ainda que, justamente por medo de retaliação, os trabalhadores preferem fazer as denúncias anonimamente. “Agora eles colocaram na cabeça essa ideia de cortar quilometragem. Qualquer coisinha, eles estão fazendo o corte, querem nos dispensar, fazem pressão para a gente sair. É isso que estão fazendo”, relata.
Na mobilização registrada pelo Jornal da Manhã na sexta-feira, o motorista pontuou que os contratados realizam o trabalho normalmente ao longo do mês, mas, em alguns casos, a quilometragem estaria sendo reduzida sob a alegação de que não foi registrada pelo GPS. “Cortam 1,5 mil quilômetros, cortam 2 mil, cortam 300 quilômetros e dizem que o GPS não registrou. Mas é muito simples: você faz a rota todo dia, dá 300 km, aí um dia o GPS não marca, eles vão lá e cortam. O que você faz não serve?”, desabafa.
A situação de atraso nos pagamentos aos motoristas do transporte escolar rural já foi alvo de reclamação ao JM no início do mês de agosto. Na época, o denunciante, que preferiu não se identificar, afirmou que o pagamento deve ser realizado até 10 dias úteis após o fechamento da nota fiscal. “Só que isso nunca acontece. Eles enrolam e pagam 15, 20 dias depois que a nota é fechada”, relatou.
A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a Prefeitura de Uberaba em busca de um posicionamento sobre o caso. Segundo a administração, o pagamento foi efetivado nesta segunda-feira (2). Isto porque, o problema inesperado no quadro de energia do Centro Administrativo, semana passada, afetou os serviços e consequentemente a efetivação do empenho, concluída somente na sexta-feira (30).