A licença maternidade de seis meses, a partir de agora, não é mais exclusividade do funcionalismo público. A medida, que possibilita a trabalhadoras de empresas privadas pedirem a ampliação do benefício, de quatro para seis meses, já provocou manifestações de líderes classistas da cidade. De acordo com o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba (Aciu), Karim Abud Mauad, existe preocupação empresarial referente aos possíveis prejuízos decorrentes da determinação, como dificuldades de adequação por parte das empresas e queda de produção. “Especialmente nas micro e pequenas, pois as grandes corporações têm alternativas para não comprometer sua rotina, mas imagine um estabelecimento que tem três funcionárias”, questiona o presidente da Aciu. Segundo ele, a vantagem da nova lei está no fato de que a disponibilização do benefício fica sujeita a acordo entre empresário e gestante. “O grande ganho é justamente a possibilidade de livre negociação, mas acredito que o país esteja maduro o suficiente para entender o avanço que a medida representa e minimizar os possíveis riscos”, afirma. Para Fakher Azor Fakhouri, vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, a regulamentação representa uma evolução nas leis trabalhistas, mas pode comprometer a inserção da mulher no mercado de trabalho. De acordo com Fakher, décadas de luta para a emancipação feminina podem ficar comprometidas caso o setor empresarial venha se sentir pressionado a cumprir essa determinação.