Até julho de 2024, o Hospital de Clínicas da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) atendeu 78 pacientes envolvidos em acidentes com picada de escorpião. Os meses de agosto e setembro acendem um alerta, pois registram um aumento na ocorrência desses animais, que têm seu período de reprodução justamente nesses meses.
Segundo a chefe do setor de infectologia do HC-UFTM, Cristina Barata, o número de casos contabilizados em 2024 é apenas 1/3 do total de 2023, quando foram registrados 201 atendimentos. “Nem todo paciente recebe o soro; ele geralmente é utilizado em crianças e idosos, onde as manifestações sistêmicas são mais comuns e o quadro clínico fica mais acentuado,” afirma.
A infectologista destaca que a redução nos casos pode ser reflexo da diminuição da presença desses animais no ambiente domiciliar, onde os acidentes geralmente ocorrem. Cristina também acredita que o controle do lixo e dos resíduos nos locais pode ter contribuído. “O principal habitat dos escorpiões são entulhos, materiais de construção e restos de depósito que ficam mal acondicionados. São nesses locais que os escorpiões gostam mais de se abrigar,” explica.
A picada do escorpião pode ser fatal, dependendo da condição clínica do paciente. A infectologista esclarece que o óbito não é instantâneo e está relacionado às manifestações das condições. “Pode causar um quadro de edema agudo de pulmão, miocardite, e comprometer o sistema nervoso central. Há um tempo de evolução para o quadro. O grande problema é quando a pessoa não percebe que foi picada pelo escorpião,” detalha.
“Em crianças, às vezes é mais difícil identificar, pois o quadro vai se manifestando. Pode haver febre ou, ao contrário, a temperatura pode cair. A criança pode apresentar muita sudorese, mas esses são os quadros graves. Os casos leves a moderados geralmente apresentam apenas dor local na picada,” finaliza Cristina.
Dicas e fatos sobre os escorpiões: