Oficina de alfabetização auxilia jovens em medida socioeducativa em Uberaba
Projeto oferece aulas semanais de leitura, escrita e matemática no Creas, com foco na reintegração social
(Foto/Divulgação)
Uma oficina de alfabetização tem aproximado adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas da leitura, escrita e da matemática em Uberaba. O projeto, realizado no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), oferece aulas semanais individualizadas para oito jovens.
Atualmente, o Creas acompanha 41 adolescentes em cumprimento de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC). Para ampliar o atendimento, a Secretaria Municipal de Educação montou na unidade uma sala equipada com carteiras, lousa e materiais didáticos, além de fornecer kits escolares e disponibilizar uma professora da rede municipal.
O diagnóstico inicial de cada estudante orienta a adaptação das atividades. Segundo a professora da rede municipal, Soraia Gorette Fernandes Gouvea, o vínculo criado em sala tem sido essencial. “Depois que o vínculo é criado, as aulas fluem. Eu percebo que a gente leva esperança para eles. O meu papel é mostrar que o estudo é o caminho para um futuro melhor. E isso vai além da alfabetização”, afirmou.
A assistente social do Creas, Patrícia Moreira Teixeira, destacou que o objetivo é estimular a continuidade dos estudos. “O objetivo é fazer com que os adolescentes concluam os estudos e melhorem o rendimento escolar, sem constrangimento pela diferença entre a idade e o nível de escolaridade”, disse.
Para a diretora de Apoio à Educação Básica da Secretaria de Educação, Luciana Cruvinel, o projeto Crescer Trilhando Caminhos de Saber e Transformação representa dignidade e novas oportunidades. Já a gerente do Creas, Camila Tertuliano, ressaltou o impacto das atividades complementares, como a oficina de emoções.
Além das aulas, os jovens participam de rodas de conversa conduzidas por psicólogos e assistentes sociais, abordando temas transversais e incentivando a expressão de sentimentos. “No início, imaginamos que poderiam ficar tímidos, mas logo se soltaram. Agora, já perguntam quando será o próximo encontro e qual tema será discutido”, contou Camila.
As medidas socioeducativas em meio aberto, como a LA e a PSC, são aplicadas pelo Judiciário em casos menos graves e cumpridas sem privação de liberdade.