DECLARAÇÃO

Padre diz que foi mal interpretado em postagem feita em rede social

Pela primeira vez, o sacerdote se manifestou por meio de nota encaminhada à Redação do Jornal da Manhã, após a informação de que estaria sendo representado ao Ministério Público por racismo e intolerância religiosa

Tito Teixeira
Publicado em 27/05/2024 às 20:09Atualizado em 27/05/2024 às 20:15
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Fiéis da igreja Santa Teresinha rezam um terço na praça, em defesa da Fé Católica e em apoio ao padre Valdiney Eduardo (Foto/Divulgação)

Fiéis da igreja Santa Teresinha rezam um terço na praça, em defesa da Fé Católica e em apoio ao padre Valdiney Eduardo (Foto/Divulgação)

Pela primeira vez, após polêmica com Ternos de Congo de Uberaba e integrantes de religiões de matrizes africanas, o padre Valdiney Ferreira Eduardo, da Paróquia Santa Teresinha, manifestou-se sobre o fato, através de nota encaminhada ao Grupo JM de Comunicação.

De acordo com o religioso, nos últimos dias, inúmeras críticas foram realizadas, nas redes sociais e na imprensa, por conta de declaração em rede social, que foi classificada como de intolerância religiosa por membros da Coordenadoria de Políticas de Igualdade Racial (Cpir) e do Conselho Municipal de Promoção à Igualdade Racial (Compir).

O Cpir e o Compir disseram ao programa Pingo do J, na Rádio JM, que fariam uma representação no Ministério Público contra o pároco.

Conforme a nota, o padre disse que as críticas são decorrentes de “absoluto erro de interpretação”.

“Primeiramente, cumpre esclarecer que, devido à dimensão tomada na sociedade, tornou-se uma questão institucional, de modo que somente poderia me manifestar diante da anuência do bispo da Arquidiocese, o qual se encontrava de licença médica”, diz a nota.

O padre ressaltou que a manifestação se deu em uma página católica nas redes sociais em resposta à interpelação de fiéis da paróquia de Santa Teresinha acerca da legitimidade das manifestações no interior da igreja.

“Em vez de uma leitura superficial dessas declarações (feitas com o intuito de polemizar e gerar intrigas), uma leitura imparcial permite o alcance do verdadeiro sentido do que me propus a dizer, ou seja, que as críticas têm por objeto matéria teológica interna corporis da Igreja Católica, não me dirigindo a qualquer outra religião ou movimento cultural, dentre os quais, nos ternos de congada, há presença de diversos católicos. Referi-me à permissão de atos no interior do templo, lesivos à liturgia católica (segundo o Missal Romano)”, frisou o religioso.

“Nesse contexto, sabe-se que o templo é local de silêncio para meditação e oração dos fiéis, e os atos praticados, vestuário e cantos, devem respeitar rigorosamente a liturgia da Igreja, e qualquer ofensa às regras é considerada um sacrilégio e profanação. Entende-se por profanação qualquer violação do que é sagrado, conceito que pode variar de acordo com cada religião. Para os católicos, a liturgia é sagrada”, ressaltou.

Ainda conforme o texto assinado pelo padre Eduardo, as declarações realizadas teriam se prestado unicamente à defesa do ambiente sagrado do templo e da liturgia da Igreja. “Em momento algum, fui desrespeitoso aos movimentos culturais envolvidos, apenas pretendi dizer que consistem em atos de profanação quando, e somente se, realizados no interior do Templo, uma vez que não condizem com as regras litúrgicas. Dito isso, deixo claro que, inclusive, as festividades sociais da própria Igreja são sempre realizadas em áreas anexas aos templos, pois, caso ocorressem em seu interior, também seriam consideradas profanação”, afirmou.

O religioso disse lamentar profundamente o inconveniente e constrangimento causado ao clero e à Arquidiocese, na pessoa do arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto, bem como a todas as demais pessoas envolvidas que não compreenderam a intenção da declaração.

“Assim como as palavras de nosso Santo Padre o Papa Francisco: Urge que as religiões, sem cair na armadilha do sincretismo, deem o bom exemplo de trabalharem juntas, não para os próprios interesses nem para os interesses duma parte, mas para os interesses do nosso mundo. Espero que qualquer interpretação divergente reste superada, dando continuidade ao convívio harmonioso, ao diálogo e respeito entre as diversas religiões”, finaliza a nota.

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