Em toda a extensão da concessão da Ecovias Minas Goiás, que sai de Cristalina (GO) até Delta (MG), os pontos com mais acidentes na BR-050 estão no trecho urbano de Uberaba
O perímetro urbano de Uberaba reúne os três pontos com maior índice de acidentes em toda a BR-050 sob concessão da Ecovias Minas Goiás. O alerta foi feito pelo inspetor Rocha Neto, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em entrevista ao JM News. Segundo ele, nenhum outro trecho da rodovia, que vai de Cristalina (GO) a Delta (MG), registra tantos sinistros quanto os segmentos localizados dentro da área urbana de Uberaba.
“De todo o Triângulo Sul e de toda a rodovia BR, a concessão da Minas Goiás, o pior trecho é o Uberaba, que sai lá de Cristalina, passa por Goiás e vai até Delta. O Primeiro, segundo e terceiro índice de acidente”, afirmou.
Diante desse cenário, o inspetor destacou que está em andamento um projeto para instalar, no perímetro urbano de Uberaba, radares de velocidade média — tecnologia usada em outros países e capaz de reduzir em até 80% os acidentes. No Brasil, porém, ainda não existe previsão legal para multar motoristas com base na velocidade média, e o modelo precisa passar por aprovação e inclusão no Código de Trânsito.
“É um projeto novo no país. Está na parte burocrática de validação e aprovação, porque não temos hoje essa modalidade de infração”, disse, citando que as infrações de trânsito levam em consideração a velocidade máxima, sem que haja previsão legal para as multas com base em velocidade médio.
Rocha Neto explicou que o estudo para implantação dos novos radares está sendo conduzido pela concessionária, que é responsável por investir, analisar os índices de acidentes e instalar os equipamentos ao longo da BR-050. Ele reforçou que, nos trechos concedidos, cabe à empresa executar as medidas, enquanto a PRF aponta os pontos críticos com base nos registros de ocorrências.
O inspetor também destacou que a velocidade dentro do perímetro urbano de Uberaba deve seguir um padrão de 70 km/h. A única exceção é o radar do km 182, configurado em 50 km/h devido ao histórico de atropelamentos antes da construção da passarela. Segundo ele, a situação mudou, e a PRF já solicitou a adequação para 70 km/h, garantindo maior uniformidade ao longo da travessia urbana. “Assim como acontece em cidades como Ribeirão Preto, a ideia é manter um padrão para que o motorista se acostume com o limite”, explicou.
Apesar das melhorias em andamento, o inspetor reconheceu que o trecho urbano da BR-050 enfrenta problemas estruturais graves, causados, principalmente, pelo crescimento da cidade e pelo aumento do fluxo diário. Ele citou como exemplo o viaduto da região do Maracanã, onde há congestionamentos frequentes e necessidade constante de apoio da PRF e da concessionária. “Ali é caótico. Todos os dias precisamos mandar viatura”, afirmou, lembrando que já há obras previstas para tentar reduzir o impacto, embora não haja solução definitiva no curto prazo.
Rocha Neto reforçou que a combinação de engenharia viária, fiscalização eficiente e comportamento seguro dos motoristas é fundamental para enfrentar o cenário atual. E destacou que a implementação dos radares de velocidade média no perímetro urbano será um passo importante para reduzir os acidentes nos trechos mais críticos da BR-050.