Pesquisa realizada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) mostrou que o índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agrícolas teve queda de 1,39% em julho. Enquanto isso, o Índice de Preços Pagos (IPP) pela compra de insumos agrícolas aumentou 4,17%. Não é à toa que os produtores de Uberaba e região seguem insatisfeitos com esses preços e admitem que pode haver aumento na busca por crédito. E, para piorar, a perspectiva dos líderes da classe produtiva para o início do plantio, em setembro, é de novas altas, principalmente nas mudas, fertilizantes, hora/trator e assistência técnica. Rivaldo Machado Borges, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba, lembra que essa não é uma situação de momento. “Ao longo dos anos, em função de intempéries e da falta de apoio do governo, o produtor acumulou grandes dificuldades”, explica. “E se não houver uma política econômica para ajudar o produtor a se livrar das dívidas, a situação jamais se resolverá”. Para ele, desta forma não funcionará nem mesmo com um projeto de lei que está para ser votado no Congresso Nacional, cujo objetivo é financiar e alargar a dívida do produtor. “Se aprovado o projeto, serão destinados R$ 36 bilhões para o alargamento da dívida, e os produtores poderão pagar com juros de até 3% ao ano. Mas o governo já tem que pensar nos próximos 17 anos”, conclui.