Uberaba não aparece na lista divulgada em abril deste ano, mas conviveu com graves problemas com enxurradas na área central nos anos 80, 90 e início da década de 2000
Enchente registrada no início dos anos 2000 no centro de Uberaba, quando motociclista ficou ilhado na confluência da Santos Dumont com Leopoldino de Oliveira (Foto/Arquivo)
Com a intensificação das mudanças climáticas provocadas pela ação humana no meio ambiente, têm aumentado os desastres ambientais e climáticos em todo o mundo, a exemplo do que ocorre no Rio Grande do Sul.
No Brasil, o governo federal mapeou 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, o que representa quase 35% do total dos municípios brasileiros.
Conforme esse levantamento, Uberaba não consta nessa lista. Na região do Triângulo Mineiro, foi incluída Uberlândia, classificada com risco de enxurradas. No caso de Uberaba, a cidade conviveu com enxurradas na área central, especialmente nos anos 80, 90 e durante os anos 2000.
Obras do programa Água Viva nas avenidas centrais, que incluíram drenagens em bairros da cidade, reduziram sobremaneira os riscos de acidentes ambientais e climáticos.
“O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vem criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil”, diz o estudo do governo federal.
As áreas dentro dessas cidades (1,9 mil) consideradas em risco concentram mais de 8,9 milhões de brasileiros, o que representa 6% da população nacional.
O levantamento publicado em abril deste ano refez a metodologia até então adotada, adicionando mais critérios e novas bases de dados, o que ampliou em 136% o número dos municípios considerados suscetíveis a desastres. Em 2012, o governo havia mapeado 821 cidades em risco desse tipo.
Com os novos dados, sistematizados até 2022, os estados com a maior proporção da população em áreas de risco são Bahia (17,3%), Espírito Santo (13,8%), Pernambuco (11,6%), Minas Gerais (10,6%) e Acre (9,7%). Já as unidades da federação com a população mais protegida contra desastres são Distrito Federal (0,1%), Goiás (0,2%), Mato Grosso (0,3%) e Paraná (1%).
O estudo foi coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil da Presidência da República. O levantamento foi solicitado pelo governo em razão das obras previstas para o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos em infraestrutura em todo o país.