Usuários do serviço de saúde protestam contra demora no atendimento e falta de médicos na Unidade de Pronto-Atendimento do bairro Abadia. Do lado de fora da unidade, uma criança deitada no chão chora pedindo ajuda para a mãe, a costureira residente no bairro Gameleiras, que prefere não se identificar. Ele diz que o garoto de 13 anos tem bronquite e esperava pelo pediatra.
Na recepção, mais de 52 pessoas aguardavam o serviço, entre elas a aposentada, de 57 anos, Maria das Graças Rosa, que procurou atendimento médico após sentir forte dor no peito. Ela contou que chamou um táxi e foi para a unidade em busca de medicação. Após longa espera de mais de três horas, conseguiu finalmente ser atendida.
De acordo com funcionários, apenas dois médicos estavam prestando atendimento. Às 15h20, pacientes que chegaram às 09h30 começavam a ser chamados. Uma educadora de 37 anos, moradora do bairro Costa Teles, que providenciava documentação na sala da coordenadoria, estava decepcionada com a situação. Ela relatou ter discutido com um dos médicos no dia anterior.
Segundo ela, seu filho torceu o tornozelo e reclamava de dores. Ela contou que o médico perdeu a ficha da criança e que a encaminhou a uma unidade onde não havia plantão e que, ao retornar com o filho, o mesmo não recebeu medicação. “Aqui não está fácil, a Saúde é um problema que precisa ser revisto urgente”, desabafou.
Integrante da diretoria de atenção especializada, Cristina Strama informou que a meta da Secretaria de Saúde é trabalhar com quatro clínicos em cada turno, o que neste mês de novembro não está sendo possível. Um déficit no atendimento está sendo contornado através de novas contratações. Cristina ainda disse que três clínicos já estão atuando na unidade e ressaltou que no momento da entrada dos pacientes é feito um acolhimento onde uma avaliação classifica o risco dos usuários e os que apresentam situação de urgência e emergência têm prioridade.