Começa nesta terça-feira (7) a paralisação geral dos servidores estaduais contra o Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo governador Romeu Zema (Novo). A expectativa é de que pelo menos 25 categorias do funcionalismo público endossem o movimento.
Em Uberaba, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) também vai aderir à paralisação. Apesar de ainda não haver um balanço fechado das escolas que estarão fechadas, a coordenadora regional do sindicato, Maria Aparecida de Oliveria, afirma que a expectativa é de boa adesão.
“O povo está muito revoltado. A paralisação foi convocada há mais de 20 dias contra o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), não contra a recuperação fiscal. É contra o projeto que ele [Zema] colocou na Câmara, porque no projeto que ele colocou para ser votado, está constando nove anos de congelamento de salário, congelamento de concursos, de promoções, tem abertura nele para privatizar 140 empresas estatais, entre outras coisas”, explica Maria Aparecida.
A coordenadora regional reforça que o programa de recuperação fiscal proposto pelo governador é extremamente prejudicial ao funcionalismo e ao povo mineiro. Nesta segunda-feira (6), uma caravana com 18 pessoas de Uberaba a Belo Horizonte participar da assembleia geral onde deve ser definido se o movimento contra a RRF continuará ou não.
A reportagem do Jornal da Manhã também entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG) em busca de saber se os associados devem aderir à greve. Segundo o presidente, William Franklin, os trabalhadores devem iniciar greve nesta terça. "Estamos em plena campanha para renovação do nosso Acordo Coletivo de Trabalho 23/24. Decidimos em assembléia fazer greve de um dia, no dia 07/11, como advertência a Cemig pela falta de empenho da empresa no processo negocial, e aderindo a proposta do funcionalismo público de Minas Gerais, de demonstrar nossa reprovação a adesão de Minas ao RRF", pontua.
O Regime de Recuperação Fiscal busca renegociar dívida do estado com a União em troca de ajustes fiscais. Entre eles, o congelamento dos salários dos trabalhadores do funcionalismo público pelos próximos nove anos, permitindo apenas duas recomposições de 3%. O projeto teve parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa na primeira semana de novembro. Entretanto, o texto apresentado passou por adequações antes da deliberação do grupo.