Cobrança de R$ 4,26 para fornecimento da merenda aos professores das escolas municipais está rendendo polêmica
Cobrança de R$ 4,26 para fornecimento da merenda aos professores das escolas municipais está rendendo polêmica. Medida foi alvo de reclamações da categoria ontem à Rádio JM. Manifestações contrárias também partiram do Sindicato dos Servidores Públicos de Uberaba, que prepara carta ao prefeito Anderson Adauto, solicitando alimentação de graça aos educadores ou, pelo menos, por valor igual ao pago para os alunos (R$ 1,42).
Alegando os problemas na segurança das escolas municipais, o professor Sérgio Gomes afirma que existe falta de vontade política para dar condições de trabalho aos educadores. E a cobrança é apenas mais uma prova disso. “Já presenciei comida sendo jogada fora e não fornecida ao professor. Têm servidores que trabalham três turnos e não têm condições de irem almoçar em casa. É quase R$ 100 por mês e o dinheiro do profissional é regrado”, protesta.
Surpreendido com o anúncio da cobrança, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SSPMU) prepara ofício para apresentar ao prefeito. No documento, os sindicalistas reivindicam que a Nutriplus forneça alimentação aos professores de graça. De acordo com o tesoureiro do SSPMU, Guilherme Borges, a intenção é pelo menos reduzir o custo da refeição para a categoria. Ele espera que a PMU chegue ao mesmo preço pago por aluno, R$ 1,42. Nesse caso, o desembolso cairia de R$ 85 para R$ 30 por mês.
Conforme o sindicalista, o valor atual é alto em relação aos salários dos educadores e não resolve o problema dos profissionais que se deslocam de uma escola para outra para dar aulas. “Os professores, principalmente da zona rural, estão como boias-frias”, reclama.
Questionado se haverá manifestações mais duras contra a cobrança, o sindicalista afirma que qualquer decisão será tomada somente após conversa com o Sindicato dos Educadores do Município (Sindemu).
Já o secretário municipal de Educação, Marcos Juliano Bordon, justifica que não haveria amparo legal para fornecer a merenda ao professor sem a cobrança. Segundo ele, a verba que a PMU recebe do governo federal é para pagar uma alimentação de qualidade aos alunos. “Corre-se o risco de sermos demandados na Justiça, se pagarmos a refeição do servidor. É uma situação complicada. Não dá para burlar a lei. A melhor forma é descontar na folha de pagamento”, rebate.