Segurado, com os dois braços quebrados, tenta iniciar o recebimento do seguro há três meses e INSS alega problemas relacionados a “vínculos extemporâneos”
Impossibilitado de trabalhar, o homem afirma que já entrou em contato com o órgão diversas vezes em um período de três meses (Foto/Reprodução)
Com os dois braços quebrados, prestador de serviços gerais de Uberaba denuncia demora para receber os benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Impossibilitado de trabalhar, o homem afirma que já entrou em contato com o órgão por diversas vezes em um período de três meses, mas que continuam a apontar divergências internas no sistema. A instituição alega que o benefício está em fase de concessão e que o impedimento teria sido causado por “vínculos extemporâneos”.
Ao Jornal da Manhã, o denunciante afirma que apenas após realizar a denúncia ao veículo de comunicação foi possível viabilizar a perícia. “Fui esta semana à perícia presencial, levei todos os laudos e documentos. O perito disse que está tudo ok na parte documental e na perícia e que eu poderia ligar às 9 horas. Agora, liguei no INSS de novo e estão pedindo mais 10 dias porque deu uma divergência nos dados deles”, explica.
Segundo o homem, informaram a ele que o que estaria travando o processo agora é o mesmo motivo que atrasou o pagamento do benefício por três meses no início. “Esse servidor da perícia disse que, após o ok na perícia, o benefício já começaria a ser pago. Disseram que na perícia está tudo certo e que meus documentos estão todos corretos. Ele até estranhou e falou que o INSS já deveria estar me pagando, pois, do jeito que estou, não consigo trabalhar. A atendente me disse que houve uma divergência de dados no INSS, então precisariam de mais dez dias. Eu falei: ‘Moça, daqui a pouco eu vou começar a roubar, porque não dá mais’”, conta.
O denunciante relata que não tem conseguido pagar suas contas básicas devido à impossibilidade de trabalhar em razão da gravidade dos ferimentos, já que ele é profissional liberal e não usufrui dos direitos trabalhistas.
A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com o INSS em busca de posicionamento sobre o caso. Em nota, a instituição afirma que o benefício está em fase de concessão. “Após realizar perícia presencial, observou-se uma pendência administrativa, por constar vínculos extemporâneos, ou seja, há recolhimentos com pagamento fora do prazo legal, entre outras divergências. O requerente deve solicitar o serviço Auxílio-Doença Urbano (Acerto Pós-perícia) pelos canais remotos: Central Telefônica 135 (que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h) ou pelo Meu INSS”, informa a nota.
O INSS orienta que, ao solicitar o protocolo, o trabalhador deverá apresentar a foto do documento original com todas as anotações da Carteira de Trabalho, para a confirmação do vínculo extemporâneo, procedimento essencial para a continuidade da análise do benefício. “Após a sua realização, o segurado deve continuar acompanhando o andamento do processo, pois, se necessário, o INSS poderá solicitar outros documentos para dar prosseguimento à análise”, finaliza a instituição.