Uberaba e Uberlândia têm 60% das mortes por dengue em MG neste ano

A dengue segue concentrada no Triângulo Mineiro neste ano. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta sexta-feira (28 de março) mostram que foram registradas 27 mortes pela doença em 2025. Desse total, 16 vítimas, o equivalente a 59,2%, eram de Uberaba ou Uberlândia. Outros 67 óbitos são investigados.

Dos casos prováveis no Estado, 15% foram registrados nas duas cidades. Minas Gerais tem 84.804 casos prováveis de dengue, que são aqueles diagnósticos notificados, mas ainda não descartados. Depois de Uberaba e Uberlândia aparece Frutal como a terceira maior em casos prováveis, com 3.474, seguida de Belo Horizonte, com 3.322.

Em entrevista a O TEMPO, a prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (PSD), afirmou que existia uma previsão não só no Triângulo Mineiro, mas em todo o Brasil, de incidência de um novo tipo de vírus. A proximidade da região com o Estado de São Paulo também foi citada pela prefeita como um fator que aumenta o número de casos, uma vez que o estado paulista vive um boom de arboviroses. 

“Já fazendo esse estudo de cenário desse tipo do vírus, a gente fez uma preparação da cidade. A gente tem um centro de referência de dengue que é extremamente elogiado o atendimento, tem pessoas que saem do hospital privado e vão ser atendidas no público porque está mais rápido e melhor atendido. O número de internações naturalmente aumentou, então por isso a gente teve que ampliar o número de leitos também, deixando já na capacidade máxima o nosso hospital regional. Lembrando que Uberaba atende não só os uberabenses, mas uma região de mais 26 outras cidades que é a nossa responsabilidade. Eu tenho atuado enquanto líder regional, presidente da Anvale, no fortalecimento da rede de assistência em saúde dos municípios da região, principalmente sede de microrregiões, municípios menores, que podem ter uma estação de hidratação, porque quanto mais rápido o paciente buscar o atendimento, uma hidratação, e não deixar as plaquetas caírem tanto, mais rápida é a recuperação dele. Então o enfrentamento da dengue está nessas frentes da busca pelo atendimento o mais rápido possível. A gente vem divulgando, fazendo campanha já há um bom tempo, mas esse ano realmente o vírus está mais agravante em relação ao quadro do paciente”, contou.

Elisa disse que a cidade articulou junto ao Estado o recebimento de recursos e que o valor já está na conta. Com esse valor, houve a ampliação de leitos. Ela pontuou, contudo, que “recursos federais e estaduais não são suficientes”. “Quando se trata de saúde, não há dinheiro que dê, então por isso que a gente tem uma preocupação muito grande e um incentivo em estruturar, dentro do nosso plano de desenvolvimento da saúde, a atenção básica. Deixamos o postinho de saúde aberto até mais tarde para promover a prevenção, fazer os exames periódicos, porque o trabalhador trabalha até tarde, chega em casa, como que ele vai procurar fazer os exames se o postinho está fechado? Então essa ampliação do número de postinho de saúde aberto até mais tarde, o objetivo é trazer um foco na atenção básica, no preventivo, para a gente poder diminuir o custo da alta e média complexidade que a gente acaba tendo, porque o preventivo não está sendo feito e ficou muito prejudicado com a pandemia”, detalhou.

Fonte: O Tempo