Uberaba Geoparque nos 53 anos de história do JM

O reconhecimento do município de Uberaba como Geoparque Mundial da UNESCO, já se faz sentir pelas múltiplas iniciativas de melhorias sociais, econômicas, culturais e ambientais, para parte dos 340.000 habitantes da nossa “terra de gigantes”. Tem sido inequívoca, a relevância do Uberaba Geoparque, como proposta norteadora de desenvolvimento sustentável integrado, já que se trata de um macro projeto de gestão territorial que atende a tudo e a todos. A ação conjunta entre os poderes públicos, empreendedores locais e comunidade, se tornou muito mais tangível, apontando caminhos e soluções, para o pleno desenvolvimento desta região, oportunizando uma maior equidade e qualidade de vida para os cidadãos.

Na área educativa, profissionais das universidades e membros da Associação Geoparque Uberaba, têm levado a educação patrimonial a centenas de professores e milhares de alunos, como forma de se estabelecer, um novo olhar de pertencimento para nossos valores patrimoniais, muitos destes, esquecidos na “poeira” do tempo. No segmento turístico, já é uma realidade o substancial aumento do número de visitantes. Circuitos de turismo rural têm sido uma constante, valorizando os Geoprodutos locais e a identidade cultural do  produtor rural.

Rotas turísticas estão sendo implantadas buscado integrar os Geossítios e Sítios Históricos-Culturais envolvendo não só os gigantes Dinossauro, Zebu e Chico Xavier, mas também trazendo à luz do conhecimento a pluralidade de nossas matrizes religiosas e as manifestações culturais de nosso povo por meio da música “caipira”, o catira, a folia de reis e os diversos ritos africanos. A preocupação com a capacitação do trade turístico, com o empreendedorismo e com a inovação tecnológica para os novos desafios, é uma constante.

Assim como a criação de projetos estruturantes com desenvolvimento sustentável, que possam garantir à Uberaba, ações estratégicas para um futuro melhor. Eventos de gastronomia, festivais de inverno com atividades múltiplas musicais, artísticas, literárias e de valorização da cultura de nossa gente, tem conquistado cada vez um público maior. Um dos termômetros do crescimento econômico por meio do turismo é a lotação da rede hoteleira em diversos momentos do ano, fazendo frente a uma crescente e aquecida necessidade por mais hospedagens. As políticas públicas de Geoconservação do Patrimônio Paleontológico são sem sombra de dúvida as melhores do Brasil.

Uberaba hoje, ocupa isoladamente o primeiro lugar em salvamentos paleontológicos, perdendo apenas para o estado inteiro do Rio Grande do Sul e o Brasil, como um todo. Neste pouco mais de um ano de chancela, o Uberaba Geoparque Mundial da UNESCO, não teve apenas o turismo como elemento de desenvolvimento econômico, foi ator em conquistas de empreendimentos de grande vulto, como a maior fábrica de  fertilizantes nitrogenados verdes do Brasil, consubstanciando um modelo de sustentabilidade ambiental com selo mundial.

Os gigantes do Uberaba Geoparque, atuaram como protagonistas, na escolha do enredo de 2026, da escola de samba Tom Maior, do carnaval de São Paulo. Continuadas as ações em andamento, necessárias à consolidação do Uberaba Geoparque, espera-se no médio prazo, a possibilidade de autossuficiência econômica para gestão de todo este processo. Esta vitória de Uberaba muito se dá graças às peculiaridades regionais como localização geográfica privilegiada, logística, infraestrutura e renda per capita média a alta no entorno de 500 km. Entretanto a curto prazo a ausência de uma equipe técnica executiva para a Associação Geoparque Uberaba, gestora de todo o projeto, aparece como uma das principais fragilidades na revalidação da chancela do Uberaba Geoparque em 2027, com o relatório a ser enviado à UNESCO já em 2026. Há de se buscar um amplo entendimento das instituições signatárias (ABCZ,UFTM,PMU,SEBRAE), parceiras, associados, associações classistas, empresas privadas, poder público e comunidade em geral, para se equacionar este gargalo.

Vencido à curtíssimo prazo este gargalo e outras questões menores, a continuação de nosso território como Geoparque Mundial da UNESCO parece não apresentar riscos.