Uberaba pode ter diagnóstico sobre situação dos idosos nos bairros, anuncia presidente do Conselho

O novo presidente do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, Terence Melo, afirmou em entrevista ao JM News que Uberaba passa por um processo de reestruturação na política de proteção ao idoso, com foco especial nas Instituições de Longa Permanência (ILPIs), na prevenção de violências e no fortalecimento da fiscalização. Segundo ele, o conselho criou recentemente a Comissão Reguladora de Vagas e deu início a um acompanhamento mais rigoroso das instituições, por meio de visitas técnicas e aproximação direta com as equipes do CREAS e do PAEF, responsáveis por atender casos de violação de direitos. 

Terence confirmou que existe um inquérito aberto envolvendo possíveis irregularidades em instituições do município. Ele reforçou, entretanto, que o conselho tem atuado com firmeza sempre que encontra problemas dessa natureza. “O conselho não tem poder fiscalizador direto, mas encontramos irregularidades, acionamos a vigilância, o Ministério Público, e podemos indeferir registros”, disse. Ele lembrou que o registro no conselho é obrigatório para que uma ILPI funcione. 

O presidente destacou que a intenção é evitar que situações graves se repitam, como o recente fechamento de uma ILPI em Uberaba pela Vigilância Sanitária — medida que gerou grande impacto, já que as demais instituições da cidade estão no limite de capacidade. Para Terence, ampliar o diagnóstico da realidade dos idosos nos bairros é essencial para que o município consiga agir de forma preventiva. “A gente conhece os números do IBGE, mas não conhece a realidade da rua, do bairro. Queremos diagnóstico profundo para saber quem está tendo direitos violados”, afirmou. 

Outro ponto levantado por Terence diz respeito à falta de cuidadores qualificados. Ele afirmou que a regulamentação da profissão será tratada como prioridade na política municipal e que o conselho pretende investir na formação adequada desses trabalhadores. O objetivo é garantir profissionais preparados para lidar com medicação, rotinas de cuidado e especificidades do envelhecimento. “A pessoa tem que saber interpretar uma bula, estar atenta à medicação. Queremos trazer gente capacitada para formar toda a rede. Cuidado é humano, é toque, é sensibilidade”, disse.