PERDA

Uma em cada duas mulheres pode desenvolver calvície; diagnóstico precoce faz diferença

Médica tricologista Luiza Sampaio explica padrões de perda, impacto hormonal e avanços terapêuticos que permitem recuperar densidade capilar

Dandara Aveiro
Publicado em 03/12/2025 às 09:18
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A tricologista reforça que o tempo é decisivo para o sucesso do tratamento (Foto/Reprodução)

A tricologista reforça que o tempo é decisivo para o sucesso do tratamento (Foto/Reprodução)

A alopecia androgenética, conhecida como calvície feminina, é muito mais comum do que se imagina e exige atenção precoce. Segundo a médica Luiza Sampaio, especialista em transplante capilar e tricologia, uma em cada duas mulheres possui predisposição genética para desenvolver o afinamento progressivo dos fios, condição que tem tratamento, mas demanda acompanhamento contínuo e estratégias específicas para cada fase da vida. 

Ao programa Pingo do J, Sampaio explicou que, diferentemente dos homens, as mulheres não apresentam grandes áreas completamente calvas, mas sofrem um afinamento progressivo dos fios, que vai deixando o couro cabeludo mais aparente. “A mulher não fica careca, por exemplo, com o topo todo aberto. Ela tem um padrão de perda difuso. Então é aquele ‘cabelinho de vó’. Começa a enxergar o fundinho do cabelo”, descreveu. A médica destacou ainda que o padrão feminino pode ter origem tanto materna quanto paterna, contrariando a crença de que o problema seria exclusivamente herdado da mãe. 

A tricologista reforça que o tempo é decisivo para o sucesso do tratamento. Quanto mais cedo a mulher procurar ajuda, maiores as chances de estabilizar a doença e recuperar volume. “Essa é uma das doenças mais comuns de cabelo. Uma em cada duas mulheres tem a genética positiva pra alopécia androgenética. Mas temos muitos recursos de tratamento hoje. Conseguimos estabilizar, impedir a evolução e até estimular recrescimento. Mas é preciso que o fio ainda seja viável e que o paciente faça o tratamento”, afirmou. 

Os protocolos incluem desde medicamentos orais até terapias regenerativas, como infiltrações diretamente no couro cabeludo. No caso de mulheres em menopausa — fase em que o desequilíbrio hormonal impacta drasticamente a espessura e a força dos fios — o tratamento é ainda mais estratégico, com foco em controlar o afinamento. A médica reforça que vitaminas ajudam, mas não resolvem o problema sozinhas. “Vale a pena suplementar, mas vitaminas não tratam alopecia androgenética. A gente precisa ir na causa”, explicou. 

Transplante é possível, mas é a última opção 

Para Sampaio, o transplante capilar não é o primeiro passo no caso das mulheres. Isso porque o procedimento retira fios da região posterior do couro cabeludo e redistribui para áreas afetadas, o que exige que a paciente tenha bom volume na área doadora. “Depois de um bom tratamento, se ainda assim a paciente quiser cobrir uma área específica, aí sim avaliamos a cirurgia”, disse. 

Técnicas como a “long hair” permitem que o transplante seja feito com fios longos, que se misturam ao cabelo existente, deixando o aspecto totalmente natural no pós-operatório. Nas semanas seguintes, os fios transplantados caem — processo esperado — e retomam o crescimento cerca de quatro meses depois. 

Mesmo assim, Sampaio alerta: transplante não substitui tratamento clínico. Assim como hipertensão ou diabetes, a alopecia androgenética exige cuidado contínuo para manter os resultados ao longo da vida. Por isso, a médica reforça que a calvície feminina, apesar de comum, tem solução. “O importante é identificar cedo, tratar corretamente e entender que cada fase da vida exige uma estratégia. Mas sempre existe caminho”, concluiu.

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