Médica explica que, embora essas substâncias ajudem no controle do peso e de doenças metabólicas, não há segurança comprovada para seu uso durante a gravidez e a amamentação (Foto/Divulgação)
O uso das chamadas “canetas emagrecedoras” — medicamentos à base de liraglutida, semaglutida e tirzepatida — pode influenciar a fertilidade e requer atenção especial de mulheres que desejam engravidar ou evitar a gestação. A médica endocrinologista Fernanda Magalhães explica que, embora essas substâncias ajudem no controle do peso e de doenças metabólicas, não há segurança comprovada para seu uso durante a gravidez e a amamentação, sendo necessária a suspensão do tratamento antes da concepção.
Esses medicamentos, de acordo com Fernanda, atuam de forma semelhante a hormônios intestinais que regulam o apetite e o metabolismo, promovendo controle da glicemia, redução de gordura corporal, melhora da pressão arterial e diminuição da inflamação. Além da perda de peso, seu uso pode contribuir para a redução do risco de doenças cardiovasculares.
Segundo a médica, o emagrecimento e a melhora da resistência insulínica decorrentes do tratamento podem aumentar as chances de gravidez em mulheres que antes apresentavam dificuldade para engravidar, especialmente em casos de síndrome dos ovários policísticos. No entanto, ela ressalta que pacientes que planejam gestar devem suspender o uso da liraglutida e da semaglutida pelo menos dois meses antes da concepção, e da tirzepatida com um mês de antecedência.
A endocrinologista destaca ainda que, durante o tratamento, é essencial manter métodos contraceptivos eficazes. Embora a semaglutida não altere a absorção de anticoncepcionais orais, a tirzepatida pode reduzir suas concentrações no sangue, o que diminui a eficácia do método. Nesses casos, Fernanda recomenda alternativas como o uso de DIU ou implantes contraceptivos de longa duração.
Caso uma mulher engravide enquanto faz uso das canetas emagrecedoras, os estudos disponíveis não apontam aumento no risco de malformações ou perdas gestacionais, mas a orientação é suspender imediatamente o medicamento e comunicar o médico. “Em situações de diabetes, pode ser necessário ajustar o tratamento com o uso de insulina”, explica a especialista. Ela reforça que o acompanhamento médico é indispensável tanto para o controle do peso quanto para a segurança reprodutiva das pacientes.