Venda de importados cresce com o dólar em queda livre

Desde setembro de 2008, o dólar não alcançava patamares tão baixos quanto os que vêm registrando nas últimas semanas. Para alguns setores da economia, como o de artigos importados, o atual ritmo de valorização do Real ante a moeda americana já começa a refletir no aumento das vendas. De acordo com Carlos Humberto da Silva, proprietário de loja que vende artigos importados no bairro Santa Maria, o crescimento das vendas no mês de outubro, se comparado ao mesmo período do ano anterior, já chega a 17%. “Mesmo com o aumento das taxações do Governo, estamos comprando mais e por um preço menor. Esse valor é repassado diretamente aos consumidores”, afirma. A expectativa é de que, até o fim do ano, esse número alcance os 20%.   Os preços dos produtos fabricados no exterior, acompanhando a queda da moeda americana, prometem mudar o cenário das prateleiras no Natal. Para se ter uma ideia, um dos artigos mais vendidos na loja de José Humberto, um frasco de perfume de marca argentina, cujo preço é cotado em dólar, já pode ser comprado pelo mesmo valor de lançamentos nacionais. “O público médio de Uberaba ainda tem certa resistência em relação aos importados, mas, na hora da decisão de compra, vai ficar seduzido pelos preços acessíveis”, observa Carlos Humberto. Para aumentar a competitividade das empresas nacionais diante da invasão dos importados, o governo brasileiro, além de aumentar a taxação do capital estrangeiro, com a cobrança do Imposto sobre Operações Financeira (IOF), já estuda medidas adicionais para controlar a entrada de dólares no país, como a regulamentação da compra de dólares pelo Fundo Soberano Nacional (FSB).