VIOLÊNCIA

Vizinhos acionam mais a polícia em casos de violência doméstica em Uberaba

Dandara Aveiro
Publicado em 14/08/2025 às 15:31
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Cada vez mais vizinhos têm acionado a Polícia Militar em casos de violência doméstica em Uberaba. A análise é da delegada Mariana Pontes Andrade, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, que enaltece a participação de terceiros no acionamento das forças de segurança como uma mudança importante no enfrentamento da violência dentro dos lares. 

“Às vezes quem aciona a polícia não é a mulher, são vizinhos que ouviram ela pedir por socorro. Isso tem acontecido muito, tenho notado. As pessoas estão colaborando mais no sentido de ver que tem alguma situação de violência e acionar a polícia. Isso ocorre mais do que antigamente e ajuda a interromper ciclos de agressão que poderiam se agravar”, explica Mariana.  

Ela reforça, porém, que nem sempre a própria vítima deseja registrar o boletim de ocorrência no momento do acionamento, mas a situação é avaliada e, quando há indícios concretos, a polícia inicia a investigação. Em casos de flagrante, mesmo que a vítima não confirme a agressão, mas apresente indícios visuais, como machucados, o agressor pode ser preso.  

A delegada ainda explica que, embora o aumento de denúncias seja positivo, o processo exige atenção dos policiais, que precisam avaliar cada situação com cuidado para não prejudicar a vítima ou deixar de agir em casos graves. “É um equilíbrio delicado: o policial deve usar bom senso para decidir se há flagrante ou se é necessário encaminhar o caso para análise especializada”, comenta. 

Vale ressaltar que, para casos de violência doméstica contra mulheres, a investigação é automática, sem necessidade de representação. Ou seja, mesmo que a vítima feminina não queira dar prosseguimento à denúncia, o inquérito, ainda assim, pode ser instaurado. Já quando o homem é vítima, a lei exige que ele manifeste interesse em registrar a ocorrência para que o inquérito seja instaurado.  

“Se passados dois anos, por exemplo, e a mulher entende que precisa de ajuda, normalmente usamos todos aqueles fatos anteriores em um único procedimento criminal, desde que não tenha prescrição. Porque não se apaga o que aconteceu antes. No caso do homem, depende da vontade dele. A maioria não quer prosseguir com o procedimento, enquanto, para as mulheres, a investigação não depende de autorização”, afirma Mariana. 

Além das denúncias presenciais, Uberaba também conta com canais digitais para registro de violência doméstica, como o sistema “Chame a Frida”, atendente virtual da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que permite às vítimas enviar denúncias e receber orientação pelo WhatsApp, por meio do número (31) 98230-4036. O sistema garante atendimento especializado e mais segurança no acompanhamento dos casos.

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