
CBF anuncia mudanças no Brasileirão: nova tecnologia, regras fiscais e recesso para a Copa (Foto/CBF)
Com o Brasileirão 2025 encerrado, a temporada 2026 já nasce com mudanças profundas. A CBF anunciou ajustes no calendário, no uso da tecnologia de arbitragem e também um novo modelo de controle financeiro dos clubes. As alterações afetam diretamente o dia a dia das equipes, desde a pré-temporada até o encerramento do campeonato.
A principal novidade diz respeito ao calendário, que será adiantado. A bola vai rolar já em 28 de janeiro, e a competição seguirá até 2 de dezembro. O motivo é o recesso obrigatório por causa da Copa do Mundo, marcada para ocorrer de 11 de junho a 19 de julho. A intenção é aliviar a carga de jogos dos atletas, ainda que o início do ano continue pesado por causa dos estaduais, que serão disputados entre 11 de janeiro e 15 de março. Com isso, muitos clubes enfrentarão semanas com partidas tanto pelo Estadual quanto pelo Brasileirão.
Outra alteração significativa aparece no campo da arbitragem. O campeonato adotará o impedimento semiautomático, tecnologia já presente na Europa e em competições internacionais. A ferramenta combina sensores na bola e câmeras especiais ao redor do estádio, permitindo que o sistema gere uma imagem 3D precisa da jogada. Isso deve reduzir o tempo de análise e aumentar a assertividade das decisões do VAR, que vinha sendo duramente criticado ao longo de 2025.
Mas as mudanças não acontecem apenas dentro das quatro linhas. A CBF oficializou também seu fair play financeiro, batizado de Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF). O projeto, discutido com clubes das Séries A e B, federações e especialistas, entra em vigor já em 2026. Ele estabelece limites para gastos com elenco, regras de endividamento e critérios de equilíbrio operacional.
Pelo modelo, os clubes da Série A só poderão comprometer até 70% das receitas com o elenco principal, enquanto os da Série B terão teto de 80%. O endividamento de curto prazo não poderá exceder 45% do faturamento anual, e há também um limite de déficit acumulado para cada divisão. Quem ultrapassar esses parâmetros entra em regime de “monitoramento”, condição que exige correções e adequações.
Além das mudanças estruturais, o Brasileirão 2026 receberá quatro novos participantes vindos da Série B: Coritiba, Athletico-PR, Chapecoense e Remo. Fortaleza e Ceará foram os últimos rebaixados na edição encerrada neste domingo.
A CBF espera que as medidas combinadas — calendário ajustado, VAR mais eficiente e regras financeiras rígidas — criem um ambiente mais equilibrado e moderno para o futebol brasileiro. Cabe agora aos clubes se adaptarem a esse novo cenário.