AMOR INCONDICIONAL

Quinze dias após cirurgia, Abel Braga volta da aposentadoria e salva o Inter do rebaixamento

Publicado em 11/12/2025 às 07:57
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Abel Braga desafia recuperação cardíaca, sai da aposentadoria e evita a queda do Inter: “Vim porque acreditava”. (Foto/Ricardo Duarte)

Abel Braga desafia recuperação cardíaca, sai da aposentadoria e evita a queda do Inter: “Vim porque acreditava”. (Foto/Ricardo Duarte)

A curta passagem de Abel Braga pelo comando do Internacional, apenas oito dias, entrou imediatamente para o imaginário colorado. O treinador, que estava afastado das funções de campo desde 2022, aceitou o chamado da direção mesmo vivendo um momento delicado de saúde: pouco mais de duas semanas antes, havia passado por um procedimento cardíaco. Ainda assim, decidiu interromper a aposentadoria porque acreditava que o clube poderia evitar o rebaixamento.

A confiança expressa logo na chegada ao vestiário incendiou jogadores e funcionários. O vídeo divulgado pelo Inter mostrou um ambiente emocionalmente carregado, com o treinador sendo recebido como figura quase mítica. Ele reencontrou um CT ainda marcado pela enchente de 2024 e fez questão de pedir apoio aos atletas, lembrando que o maior desafio era psicológico: “Não fiquem abatidos. Dá para salvar.”

O impacto de Abel foi imediato, apesar das dificuldades. A estreia trouxe uma derrota dura para o São Paulo, mas o treinador insistia que o time tinha 180 minutos para sobreviver, e que metade daquela missão ainda estava ao alcance. Suas falas, sempre acompanhadas de forte carga emocional, oscilavam entre cobrança, confiança e apelos por união.

No jogo decisivo, contra o Red Bull Bragantino, a equipe apresentou reação e venceu por 3 a 1, resultado que combinado com tropeços de adversários diretos selou a permanência do Inter na Série A. Após o apito final, abraçado por jogadores e funcionários, Abel resumiu o sentimento coletivo: “Bastou sermos nós mesmos.”

Apesar do resgate, o treinador deixou claro que não pretende retornar à função. Reafirmou a aposentadoria e evitou qualquer discussão sobre integrar a reestruturação do departamento de futebol. A missão, para ele, estava cumprida. E a escolha de vir ao Beira-Rio, como fez questão de repetir, foi guiada pelo coração — o mesmo que, dias antes, havia passado por mais um procedimento clínico e que, no entanto, pulsou forte o suficiente para escrever mais um episódio marcante na história colorada.

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