Corinthians consegue vitória judicial e abre caminho para novas parcerias

O Corinthians obteve uma decisão importante no Tribunal de Justiça de São Paulo que põe fim ao antigo contrato com a SPR Sports, gestora das lojas Poderoso Timão. O clube, que vinha travando uma longa disputa desde 2022, conseguiu se livrar de uma indenização milionária e ganhou liberdade para negociar com outras empresas do setor esportivo.

A questão começou quando a diretoria identificou problemas na operação da SPR, que passava por dificuldades financeiras, fechava unidades e atrasava entregas. Além disso, a acusação era de que a empresa distribuía produtos fora da rede oficial, afetando diretamente o repasse de royalties.

O contrato previa exclusividade para a SPR na venda de peças têxteis do clube, segmento responsável por quase 80% da arrecadação comercial. Isso travava a possibilidade de acordos com outras marcas, mesmo em momentos em que o desempenho da parceira já estava em queda.

Em primeira instância, o Corinthians chegou a ser condenado a pagar cerca de R$ 20 milhões. A virada veio agora: cinco desembargadores analisaram o recurso, e a maioria votou a favor do clube, revertendo a derrota inicial.

Com a vitória, a multa deixa de existir e o clube não precisa arcar com valores que poderiam comprometer o caixa. O impacto, segundo especialistas em direito esportivo, vai além do alívio financeiro: abre espaço para uma remodelação completa do departamento de marketing.

Já sem vínculo com a SPR, o Corinthians tem liberdade para ampliar colaborações já iniciadas com empresas como Approve e Centauro. O contrato renovado com a Nike, desta vez sem cláusula de exclusividade, também dá margem para multiplicar projetos.

A equipe jurídica liderada por Pedro Soares e assessorada pelo advogado Ricardo Bianchini foi responsável pela condução do processo, considerado uma das maiores vitórias administrativas do clube nos últimos anos.

O episódio evidencia como decisões judiciais podem influenciar diretamente o planejamento de um time de massa. No caso alvinegro, a estratégia não apenas eliminou um passivo pesado, mas reposicionou o clube no mercado de licenciamento.

Para a atual gestão, o resultado é uma conquista simbólica: após anos de litígio, o Corinthians encerra um ciclo de dependência, recupera autonomia e reforça a expectativa de que a venda de produtos oficiais volte a ser uma fonte sólida de receita.