
Thiago Freitas explica que o ranking mostra um Brasil bem avaliado na formação de novos atletas para o futebol (Foto/Roc Nation Sports)
O futebol brasileiro reafirma sua vocação como celeiro de craques. Um levantamento do Observatório do Futebol do CIES, (Centro Internacional de Estudos Esportivos) sediado na Suíça, colocou São Paulo, Corinthians, Flamengo e Palmeiras entre as 20 melhores categorias de base do planeta. A pesquisa analisa o número de jogadores revelados, o nível dos clubes onde atuam e o tempo de jogo que cada um teve ao longo da última temporada.
O São Paulo aparece como o brasileiro mais bem colocado, em 12º lugar, reflexo da estrutura de Cotia e da longa tradição tricolor em formar talentos. Corinthians, Flamengo e Palmeiras completam o grupo nacional de destaque, ocupando posições entre o 14º e o 18º lugar. Entre os 100 clubes avaliados, 11 são brasileiros, ficando atrás apenas da Argentina, com 15 representantes.
O Benfica, de Portugal, lidera o ranking, mantendo sua fama de exportador de joias. Logo atrás surgem Barcelona, River Plate e Ajax, todos símbolos da formação moderna de atletas. Segundo o estudo, o Benfica contabiliza 93 jogadores formados atuando em ligas profissionais, seguido pelo Barça com 76 e o River com 97.
Para o executivo esportivo Thiago Freitas, da Roc Nation, o ranking mostra que o Brasil continua relevante, mas enfrenta o desafio de equilibrar o volume de talentos com a profissionalização dos processos. “Formar craques é só parte do trabalho. É preciso oferecer estrutura, gestão e oportunidades para que eles não se percam no caminho”, observa.
Nos clubes brasileiros mais estruturados, a tecnologia já começa a transformar o processo de observação. Segundo Diego Vieira, CEO da plataforma E-Scout, o uso de bancos de dados e ferramentas de análise permite mapear milhares de jovens promissores em regiões antes pouco exploradas.
O estudo, publicado semanalmente pelo CIES, reforça a importância do investimento contínuo em base. Em tempos de negociações milionárias e calendários cada vez mais exigentes, as categorias de formação continuam sendo o alicerce do sucesso esportivo e financeiro — no Brasil e no mundo.