Flamengo envia proposta à CBF e defende fim gradual dos gramados sintéticos no Brasil

O Flamengo encaminhou à CBF, nesta segunda-feira, um documento técnico com propostas para aprimorar e padronizar os gramados utilizados no futebol brasileiro. O material será analisado pelo grupo de trabalho que a entidade vai montar para revisar critérios do Regulamento Geral das Competições e do Brasileirão de 2026.

No texto enviado, o clube apresenta o Programa de Avaliação e Monitoramento da Qualidade de Gramados, iniciativa que reúne sugestões para elevar o padrão dos campos — tanto naturais quanto sintéticos — em todas as divisões nacionais.

O Flamengo destaca inicialmente o tema mais sensível do debate: a utilização de gramado sintético. Segundo o clube, nenhuma seleção campeã mundial adota esse tipo de superfície em suas ligas. Para 2026, cinco equipes da Série A devem atuar em campo artificial: Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras.

O documento também menciona que diversos atletas de renome, como Neymar e outros protagonistas do futebol brasileiro, já declararam publicamente sua posição contrária ao piso sintético, alegando desconforto e maior risco de lesões. O Flamengo reforça esse ponto mencionando estudos que indicam impacto negativo à saúde dos jogadores pelo contato frequente com o plástico.

COMO ALTERNATIVA, O CLUBE PROPÕE UMA TRANSIÇÃO GRADUAL:

Times da Série A teriam até o fim de 2027 para migrar para o gramado natural. Times da Série B teriam prazo até o fim de 2028. Enquanto durar o processo de mudança, o Flamengo sugere que a CBF estabeleça padrões mínimos obrigatórios para os campos sintéticos em uso.

Além da discussão sobre o material dos gramados, o clube reafirma a necessidade de padronizar a qualidade dos campos naturais, seguindo critérios internacionais de avaliação utilizados por Fifa e Uefa. Hoje, não existe regulamentação unificada para medir oficialmente a condição de nenhum tipo de gramado no Brasil.

A nota divulgada pelo Flamengo afirma que as propostas fazem parte da resposta solicitada pela CBF e que o clube aguarda a criação oficial do grupo que aprofundará o debate. A expectativa é de que as deliberações aconteçam a tempo de ajustar o regulamento antes do início da próxima temporada.