Filipe Luiz, Abel Ferreira e Crespo são as esperanças brasileiras para enfrentar os argentinos na Libertadores (Foto/Reprodução)
A Copa Libertadores da América de 2025 chega às quartas de final com um dado curioso: pela primeira vez em sete anos, a Argentina coloca mais equipes nesta fase do que o Brasil. O país terá quatro representantes – River Plate, Estudiantes, Vélez Sarsfield e Racing Club – enquanto o futebol brasileiro contará com três times – Flamengo, Palmeiras e São Paulo. A lista se completa com a presença da LDU de Quito, que representa o Equador.
O cenário remete diretamente a 2018, ano em que os argentinos também dominaram as quartas, com River, Boca Juniors, Independiente e Atlético Tucumán. Naquela ocasião, apenas três brasileiros – Cruzeiro, Grêmio e Palmeiras – haviam chegado tão longe. O “intruso” foi o Colo-Colo, do Chile. Agora, o papel de zebra cabe à LDU, responsável por eliminar o Botafogo nas oitavas.
De lá para cá, o panorama se inverteu. O Brasil passou a monopolizar a competição, empilhando classificações e títulos. Em 2021, por exemplo, três clubes nacionais disputaram a semifinal: Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG. No ano passado, cinco equipes brasileiras chegaram às quartas, enquanto a Argentina teve apenas o River Plate como sobrevivente.
O domínio verde-amarelo, no entanto, não se repetiu em 2025. A queda precoce de Botafogo, Grêmio e Atlético-MG abriu espaço para a retomada argentina. Além disso, a boa campanha do Estudiantes, a regularidade do River e a ascensão de Racing e Vélez reforçam a sensação de que os clubes portenhos voltaram a disputar em alto nível.
O chaveamento desta edição ainda pode reacender clássicos históricos. O encontro entre River Plate e Palmeiras reedita confrontos recentes que marcaram a década. Já o duelo entre Flamengo e Estudiantes opõe estilos diferentes: a técnica rubro-negra contra a tradicional garra platina. O São Paulo, por sua vez, encara a altitude de Quito diante da LDU, outro adversário conhecido em competições continentais.
A configuração também abre caminho para que, inevitavelmente, um argentino chegue às semifinais: Vélez e Racing se enfrentam, o que garante a presença do vencedor entre os quatro melhores.
O paralelo com 2018 é inevitável. Naquele ano, os cruzamentos colocaram brasileiros e argentinos frente a frente nas semifinais – Palmeiras contra Boca e Grêmio diante do River. A decisão ficou marcada pelo Superclássico em Madri, vencido pelo River. Desde então, nenhum time argentino ergueu o troféu.
O jejum pode ser um combustível extra. A última conquista albiceleste foi justamente com o River, há sete anos. Depois disso, foram apenas finais brasileiras: Flamengo campeão em 2019 e 2022, Palmeiras em 2020 e 2021, e o próprio Rubro-Negro novamente em 2023. Em 2024, a taça ficou com o Fluminense, confirmando a hegemonia nacional.
Agora, com quatro representantes vivos na disputa, a Argentina volta a sonhar em quebrar essa sequência. O Brasil, mesmo em menor número, aposta em elencos experientes e na força de seus estádios para manter o domínio.
Com esse cenário, a Libertadores 2025 reforça sua essência: rivalidade, tradição e equilíbrio. Brasileiros e argentinos carregam não apenas a briga pela classificação, mas também o peso simbólico de quem dita os rumos da maior competição de clubes da América do Sul.
LIBERTADORES 2025
QUARTAS DE FINAL – JOGOS DE IDA
16/09 (terça-feira) – Vélez Sarsfield x Racing Club – Estádio José Amalfitani, Buenos Aires
17/09 (quarta-feira) – River Plate x Palmeiras – Estádio Monumental de Núñez, Buenos Aires
18/09 (quinta-feira) – LDU Quito x São Paulo – Estádio Casa Blanca, Quito
18/09 (quinta-feira) – Flamengo x Estudiantes de La Plata – Maracanã, Rio de Janeiro
QUARTAS DE FINAL – JOGOS DE VOLTA
Racing Club x Vélez Sarsfield – Estádio El Cilindro, Avellaneda
Palmeiras x River Plate – Allianz Parque, São Paulo
São Paulo x LDU Quito – Morumbi, São Paulo
Estudiantes de La Plata x Flamengo – Estádio Jorge Luis Hirschi, La Plata