
O histórico entre os clubes mostra equilibrio. Em 17 confrontos, o Flamengo venceu seis vezes e o Racing cinco (Foto/Arquivo)
Flamengo e Racing abrem nesta quarta-feira, às 21h30, no Maracanã, a semifinal da Copa Libertadores. É o primeiro capítulo de um confronto que opõe o peso recente do futebol brasileiro à tradição argentina em torneios continentais.
O Flamengo chega com moral elevada após vencer o Palmeiras por 3 a 2 pelo Campeonato Brasileiro, resultado que reforçou o embalo de uma equipe que, apesar de oscilações, mantém o status de candidata a tudo que disputa. A atuação sólida no Allianz Parque foi destacada pela imprensa argentina, que classificou o time carioca como “perigoso e maduro”.
Mas a trajetória até a semifinal não foi sem sustos. O Flamengo sofreu para eliminar o Estudiantes e só garantiu a vaga nas penalidades, em uma série marcada por desequilíbrio e nervosismo. O Racing, por sua vez, passou com certa tranquilidade pelo Vélez Sarsfield, vencendo as duas partidas e confirmando a força de um elenco que, embora menos estrelado, tem mostrado consistência competitiva.
No Campeonato Argentino, o Racing faz campanha discreta — é o oitavo colocado do Grupo A. Já o Flamengo é vice-líder do Brasileirão, empatado em pontos com o Palmeiras, reflexo de um elenco mais profundo e regular, capaz de lidar com o desgaste das competições simultâneas.
O histórico entre os clubes mostra um duelo equilibrado. Em 17 confrontos, o Flamengo venceu seis vezes, o Racing cinco, com outros seis empates. Pela Libertadores, são quatro encontros recentes: dois nas oitavas de 2020 e dois na fase de grupos de 2023. O retrospecto mostra equilíbrio, mas o momento favorece os brasileiros.
Esta é a sétima semifinal de Libertadores da história do Flamengo. O clube avançou em quatro delas (1981, 2019, 2021 e 2022) e foi eliminado em duas (1982 e 1984). A experiência recente pesa: três finais nos últimos cinco anos consolidaram o time como protagonista do continente.
COMO VEM O FLAMENGO?
O Flamengo tem problemas para o jogo de ida. Léo Ortiz, lesionado contra o Palmeiras, está fora, e o clube fará força-tarefa para recuperá-lo para a volta, na Argentina. Everton Cebolinha também desfalca a equipe.
Em contrapartida, Pulgar retorna após longa ausência, recuperado da lesão sofrida no Mundial de Clubes. “Chegou a fase em que qualquer detalhe decide. Precisamos competir como nunca”, resumiu o técnico Filipe Luís.
E O RACING?
No Racing, o técnico Gustavo Costas não poderá contar com Baltasar Rodríguez, suspenso, e com o atacante Adrián Martínez, artilheiro da equipe, que se recupera de lesão muscular e é dúvida até para a partida de volta. O zagueiro Piovi, com desconforto no joelho, também não viajou. As baixas mudam o cenário de um time que aposta no coletivo para equilibrar o confronto.
Campeão da Libertadores em 1967, o Racing tenta reviver uma glória distante. Desde então, não chegou mais à final. Suas últimas semifinais foram em 1968 e 1997 — até que em 2025, sob o comando de Costas, retorna ao cenário decisivo.
O treinador, identificado com o clube desde a infância, traduz o sentimento do torcedor: “Nervoso não estou… ansioso. Desde criança, quando via o Racing, sentia o mesmo frio na barriga. Agora acontece igual.”
Onde assistir: Globo (TV aberta) e do Paramount+ (streaming).
FLAMENGO - Rossi; Emerson Royal, Danilo, Léo Pereira e Alex Sandro;
Jorginho, Saúl (Pulgar) e Arrascaeta; Luiz Araújo (Gonzalo Plata), Pedro e Samuel Lino.
Técnico: Filipe Luís
RACING CLUB (ARG) - Cambeses (Gabriel Arias); Mura, Colombo, Marcos Rojo e Gabriel Rojas; Santiago Sosa, Nardoni (Zuculini) e Almendra; Solari, Adrián Martínez e Conechny (Zaracho).
Técnico: Gustavo Costas