O número de transações com cartão de crédito já é superior àquelas com cheque, mas consumidor deve ter cautela
Segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio, entre os tipos de dívidas mais comuns dos brasileiros, o cartão de crédito foi o mais apontado em agosto deste ano. Neste mês, mais de 70% dos endividados têm débitos no cartão de crédito. O levantamento aponta que o número de pessoas que declaram estar com dívidas apresentou queda pelo terceiro mês seguido, embora seja superior ao do ano passado. Em Uberaba, esta realidade não é muito diferente.
Segundo o economista, Sérgio Martins, o cartão se tornou a forma mais prática de comprar. Vários estabelecimentos adotam esta forma de pagamento e ainda operam com mais de uma bandeira. Ele revela que o número de transações com o famoso dinheiro de plástico são maiores que os cheques. Além disso, vários segmentos como supermercados, lojas e até clubes de futebol, estão estampando suas marcas nos cartões.
Quanto ao uso do cartão, as pessoas devem ficar atentas à data de vencimento da fatura, que deve ser próxima do dia de recebimento do salário. Isto facilita o controle orçamentário. Além disso, o cliente deve ter o controle do quanto já foi gasto, não aceitar limite de crédito muito acima das possibilidades e fazer o orçamento do cartão com base na renda mensal.
Outra dica do economista é o pagamento total da fatura, pois as taxas de juros são altas, principalmente de instituições privadas. “É importante o cliente no momento de aceitar o cartão analisar dois pontos. O primeiro é a anuidade, quanto menos o valor, mais favorável. O segundo é sobre o valor do crédito rotativo, caso ele entre nesta situação, o valor da taxa de juros de instituição privada tem percentual maior que a pública”, observa.
O auxiliar administrativo, Marco Pacífico, recentemente passou por este problema. Ele mora sozinho em casa alugada. Por necessidade, teve que pagar somente a fatura mínima. No entanto, na primeira oportunidade quitou a fatura do cartão. “Fiquei dois meses pagando a fatura mínima. Não acho vantagem, os juros são muito altos. O valor vai dobrando”, ressalta.
Segundo o economista, a atitude do auxiliar foi correta, tendo em vista que as taxas de juros mudam muito de uma instituição para outra. Em julho, Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) registrou a redução dos juros do cheque especial, sendo considerada a terceira modalidade mais cara para o consumidor, atrás somente do cartão de crédito e dos empréstimos de financeiras.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio, o percentual de endividados até 10 e acima de 10 salários mínimos é de mais de 70%. A pesquisa revelou que, em agosto, cerca de 62% dos consumidores do país estão endividados. Esse número é inferior ao registrado em julho, quando mais de 63% estavam nessa situação.