Segundo a PCMG, homem teria confessado crime e dito que não queria voltar para a prisão "de jeito nenhum"
Militar de 29 anos levou dois tiros na cabeça na noite de sexta-feira (5) (Foto/Reprodução/Redes Sociais)
O homem de 25 anos suspeito de matar o sargento Roger Dias da Cunha, de 29, foi indiciado por homicídio quadruplamente qualificado. A informação foi divulgada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na manhã desta segunda-feira (15 de janeiro). De acordo com a polícia, só pelo homicídio, o investigado pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Ariadne Coelho, as investigações apontaram quatro qualificações: motivo torpe, ação contra agente da segurança pública, tentativa de assegurar impunidade contra outro crime e simulação que impossibilitou a defesa do sargento.
A última qualificadora, segundo a delegada, ocorre porque as imagens mostraram que o suspeito simulou a rendição instantes antes de atirar contra o agente. “Foram duas análises que comprovaram que o sargento emana ordens de parada, ele (o criminoso) não obedece e chega a levantar a mão fingindo uma rendição. Mas pega o revólver e efetua o primeiro disparo em direção à cabeça do policial. O sargento efetua um disparo em defesa, mas é de novo atingido na cabeça, desfalece e recebe outro tiro, dessa vez no joelho”, detalha.
O suspeito também foi indiciado por tentativa de homicídio triplamente qualificado contra o policial que conseguiu abordá-lo e efetuar a prisão. Além disso, ele também foi indiciado por crimes de desobediência, resistência e posse ilegal de arma de fogo.
“Ele ainda é investigado pelo roubo que ocasionou essa perseguição. A vítima do assalto reconheceu ele como sendo o autor que o abordou de forma violente. O suspeito confessou a todo o momento os disparos contra o militar. Segundo ele, foi cometido porque ele não queria voltar para o presídio de jeito nenhum”, conta.
O suspeito segue preso no Ceresp Gameleira à disposição da Justiça. Na última semana, ele teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
Comparsa também foi indiciado
O homem, de 33, suspeito de participar do assalto, que gerou a perseguição e terminou com a morte do sargento da PM, também foi indiciado. Segundo a PCMG, o suspeito foi enquadrado por tentativa de homicídio cometido contra os militares durante a fuga e contra um motociclista, que foi atingido pelo veículo conduzido pelo suspeito durante a fuga.
Além disso, o suspeito também poderá responder por desobediência e resistência, posse ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas, diante de quantidade de drogas apreendida pela PM na residência dele durante às buscas.
Segundo a delegada Ariadne, o suspeito conseguiu fugir inicialmente, mas foi preso em uma área de mata com a ajuda de cães farejadores. “As forças de segurança foram até a casa do suspeito, onde localizaram drogas e um colete anti-balas. De lá, as autoridades receberam informações sobre o paradeiro do suspeito. Ao chegar no endereço, os agentes foram recebidos com disparos e, na sequência, o suspeito fugiu para área de mata, mas foi localizado e preso", disse.
Segundo a PCMG, o investigado está internado sob custódia policial no Hospital Risoleta Neves. “Ele foi encaminhado para unidade porque sofreu ferimentos durante a fuga e também na abordagem pelos cães”, detalhou.
O caso
O militar foi atingido por disparos à queima-roupa na noite de sexta-feira (5 de janeiro), quando guarnições do 13º Batalhão perseguiam dois suspeitos na Avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Após o acidente, os suspeitos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.
Um deles foi alcançado por um sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do suspeito e da ordem de parada, mas é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial.
O militar foi socorrido por colegas para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, mas dada a complexidade do caso, foi encaminhado ao João XXIII. Dois dias depois, o agente teve a morte cerebral constatada. O militar tinha 29 anos e atuava na Polícia Militar há cerca de 10 anos. Ele é pai de uma criança recém nascida.
Fonte: O Tempo