O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para fixar as metas de inflação do país, abriu o ano com alta de 0,75%. O resultado, que representou a maior elevação desde maio de 2008 (0,79%), foi o dobro do de dezembro do ano passado, quando a taxa ficou em 0,37%. Em janeiro de 2009, o IPCA havia sido de 0,48%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,59%. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o resultado foi puxado pelos alimentos, que voltaram a subir e registraram alta de 1,13% no período. Em dezembro, o item havia apresentado elevação de 0,24%. O documento do IBGE destaca que o movimento foi influenciado pela chuva que vem afetando as lavouras em importantes polos produtores. Os maiores aumentos, segundo os técnicos do IBGE, foram observados na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde os alimentos chegaram a subir 2,07%. Na média das regiões pesquisadas também subiram os preços da cenoura (12,21%), da batata inglesa (10,80%) e das hortaliças (8,44%). Com menos força, tiveram alta os preços do feijão (1,19%), do arroz (3,26%), das carnes (1,67%) e do leite (1,88%). Ficaram mais baratos para o consumidor o tomate (-13,74%) e a cebola (-9,43%). Entre os produtos não alimentícios, que registraram alta de 0,64%, também pressionaram o índice as tarifas de ônibus urbanos, que subiram 3,90%, a maior contribuição individual no mês (0,14 ponto percentual). A elevação foi puxada principalmente pelo reajuste de 17,40% no valor das tarifas em São Paulo, que passaram de R$ 2,30 para R$ 2,70. Também houve alta significativa nos preços dos combustíveis (2,80%), que refletiu o aumento do álcool (11,09%) e da gasolina (1,33%).