A alta nos preços do etanol nos últimos dias será mais um obstáculo que o Governo terá de enfrentar no combate à inflação. Economistas ouvidos pela Agência Brasil descartam o risco imediato de descontrole dos preços, mas advertem que o encarecimento do combustível exigirá cuidados adicionais da equipe econômica para que a inflação termine o ano abaixo do teto da meta, que é 6,5%.
Para o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Langoni, ainda é cedo para saber se a alta do etanol persistirá ou se é um fenômeno momentâneo. “Apesar de ser misturado à gasolina, o etanol não tem o mesmo peso que os demais combustíveis na formação dos preços”, avaliou. Langoni, no entanto, acredita que a trégua nos preços dos alimentos, da energia e dos combustíveis, que tem contribuído para a queda da inflação nos últimos meses, não durará tanto quanto as autoridades estimam.