PARA JANEIRO

Anvisa aprova primeira vacina brasileira de dose única contra dengue

Butantan-DV tem eficácia de 74,7% e deve ser incluída no Programa Nacional de Imunizações em janeiro de 2026

O Tempo
Publicado em 08/12/2025 às 17:01Atualizado em 09/12/2025 às 06:10
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta segunda-feira (8/12) o registro da Butantan-DV, primeira vacina de dose única contra a dengue do mundo produzida pelo Instituto Butantan. O imunizante protege contra os quatro sorotipos do vírus da doença e será destinado a pessoas de 2 a 59 anos.

A publicação do registro pela Anvisa autoriza a produção e distribuição da vacina em território nacional. O Ministério da Saúde informou que estudos comprovam proteção por cinco anos após a imunização.

O Instituto Butantan já possui 1 milhão de doses prontas em estoque. A expectativa é produzir mais 25 milhões até o segundo semestre de 2026 e outras 35 milhões em 2027. Para expandir a capacidade produtiva, o Butantan fechou parceria com a empresa chinesa WuXi.

A Anvisa firmou um termo de compromisso com o Instituto Butantan em 26 de novembro para continuidade dos estudos e monitoramento da vacina. A inclusão da Butantan-DV no Programa Nacional de Imunizações (PNI) está prevista para janeiro de 2026, quando serão definidos os grupos prioritários.

Esper Kallas, diretor do Instituto Butantan, apresentou dados sobre a eficácia do imunizante: 74,7% de proteção geral contra a dengue, 91,6% contra casos graves ou com sinais de alerta, e 100% na prevenção de hospitalizações. Isso indica que pessoas vacinadas que contraírem o vírus têm menor probabilidade de desenvolver sintomas graves.

"Facilita a logística, aumenta a adesão das pessoas e vai acelerar a imunização da população", destacou Priscilla Perdicares, secretária estadual de Saúde em exercício, sobre os benefícios de uma vacina de dose única.

O Brasil tornou-se pioneiro mundial na oferta de vacina contra dengue na rede pública em dezembro de 2023, com a incorporação da Qdenga ao PNI. Produzida pela farmacêutica japonesa Takeda, este imunizante requer duas doses e foi destinado apenas a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos devido a limitações na produção internacional.

A vacina brasileira não substituirá a Qdenga. O Ministério da Saúde mantém contrato com a Takeda para fornecimento de 18 milhões de doses. Tanto a Qdenga quanto a Butantan-DV não possuem autorização da Anvisa para aplicação em pessoas acima de 60 anos.

O desenvolvimento da Butantan-DV resulta de mais de dez anos de pesquisas realizadas em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos. O pedido de registro foi submetido à Anvisa em 16 de dezembro de 2023.

Os estudos de fase 2 indicaram eficácia de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos. Na fase 3, os resultados mostraram proteção de 89% contra dengue grave e com sinais de alarme, além de comprovar eficácia e segurança por até cinco anos.

O Brasil registrou 6,56 milhões de casos prováveis de dengue e 6.321 óbitos em 2024, segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. Este número é quatro vezes maior que o de 2023, quando houve 1,65 milhão de casos e 1.179 mortes.

Em 2025, o país já contabiliza 1,63 milhão de casos prováveis e 1.730 óbitos por dengue. O estado de São Paulo concentra 55% das infecções, com 897 mil casos e 1.108 mortes registradas.

Fonte: O Tempo.

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