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Após 50 dias de buscas, fugitivos da penitenciária de Mossoró são presos no Pará

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estavam foragidos desde 14 de fevereiro, quando protagonizaram a primeira fuga do sistema penitenciário federal

O Tempo
Publicado em 04/04/2024 às 14:39
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A fachada da Penitenciária Federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte (Foto/Divulgação/MJ)

O detentos que fugiram do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram presos nesta quinta-feira (4) na cidade de Marabá, no Pará, após 50 dias de buscas. A distância entre os dois municípios é de mais de 1500 km. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A operação de busca foi coordenada pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

São eles: Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Eles fugiram da penitenciária federal na madrugada de 14 de fevereiro, às 3h47. Os dois são faccionados do Comando Vermelho (CV) e, antes da fuga, foram transferidos de um presídio estadual do Acre para o presídio em Mossoró após uma rebelião que deixou cinco pessoas mortas. 

Rogério e Deibson estavam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos. Eles fugiram por um buraco no teto da cela, que são individuais na unidade prisional, e depois cortaram a cerca do presídio com um alicate deixado em um canteiro de obras.

Relembre

O caso foi o primeiro de fuga registrado no sistema penitenciário federal e gerou a primeira crise de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública, dias após a posse dele no cargo. Isso porque expôs falhas na segurança da unidade federal, incluindo câmeras desativadas e iluminação precária. Os fugitivos conseguiram escapar ao danificar a estrutura da luminária e cortar as grades externas com alicates.

A demora na recaptura estava prejudicado a imagem do governo federal. Lewandowski, inclusive evitou divulgar os dados sobre os gastos relacionados à operação de recaptura. Contudo, conforme mostrou O TEMPO Brasília, 34 dias de buscas custaram cerca de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos. 

As buscas estavam concentradas  principalmente entre Mossoró e Baraúna, localidades distantes aproximadamente 35 km uma da outra. O período de busca superou o caso do assassino em série Lázaro Barbosa em junho de 2021, em Goiás, que durou 20 dias. A Força Nacional também chegou a ser mobilizada para esse caso.

Em meio ás buscas dos fugitivos, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) transferiu 23 presos do presídio Mossoró. Entre eles, Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, ex-líder do CV e considerado por autoridades como um dos maiores traficantes da América Latina.

Ministério abriu processo administrativo contra 10 servidores

Na última terça-feira (2), o MJSP anunciou os resultados da investigação sobre a fuga. De acordo com a pasta, não foram encontrados indícios de corrupção, porém, a corregedora-geral, Marlene Rosa, identificou falhas nos protocolos de segurança da unidade prisional.

Em resposta a isso, foram iniciados três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) que envolvem 10 servidores. Além disso, outros 17 servidores irão assinar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), nos quais se comprometem a seguir uma série de medidas, incluindo a não repetição das infrações e a participação em cursos de reciclagem.

A corregedora também ordenou a abertura de uma nova Investigação Preliminar Sumária para aprofundar as análises sobre as causas da fuga, especialmente focada nos problemas estruturais da unidade prisional federal. O relatório completo não será divulgado para não prejudicar a nova investigação e os processos corretivos em andamento.

Fonte: O Tempo

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