PESQUISA

Beber refrigerante todo dia pode aumentar em até 60% o risco de doença hepática, aponta estudo

Estudo com 123 mil pessoas mostra que versões diet e zero são tão prejudiciais quanto as tradicionais

O Tempo
Publicado em 09/10/2025 às 17:08
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Pesquisadores da United European Gastroenterology (UEG) descobriram que o consumo diário de refrigerantes, incluindo versões diet e zero, está associado ao aumento do risco de desenvolver esteatose hepática, o acúmulo de gordura no fígado. 

O estudo foi apresentado na terça-feira (7/10), durante o encontro anual da organização, considerado o maior congresso europeu de gastroenterologia. A investigação acompanhou 123.788 pessoas sem doença hepática prévia por um período de 10 anos, utilizando dados do UK Biobank.

A pesquisa revelou que ingerir mais de 250 ml por dia de bebidas com adoçantes artificiais aumentou em 60% o risco de problemas no fígado. Para as bebidas adoçadas com açúcar tradicional, o aumento foi de 50%. Durante o acompanhamento, 1.178 participantes desenvolveram a doença e 108 morreram por causas relacionadas ao fígado.

O estudo analisou tanto bebidas adoçadas com açúcar quanto versões com adoçantes artificiais, incluindo refrigerantes, chás e sucos industrializados. A condição avaliada é conhecida como "doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica" (MASLD), caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células hepáticas.

"As bebidas adoçadas com açúcar são alvo de críticas há muito tempo, mas as versões 'dietéticas' ainda são vistas como alternativas seguras. Nosso estudo desafia essa percepção", afirmou o gastroenterologista Lihe Liu, em comunicado à imprensa.

Segundo os autores, a MASLD representa atualmente a forma mais comum de doença crônica do fígado, afetando aproximadamente 30% da população mundial. Muitos casos permanecem sem diagnóstico porque os sintomas iniciais costumam ser leves e frequentemente ignorados pelos pacientes.

A equipe de Liu sugere que os mecanismos por trás do aumento do risco são diferentes para cada tipo de bebida. Nas bebidas açucaradas, os picos de glicose e insulina favorecem o acúmulo de gordura. Já as versões com adoçantes artificiais podem alterar o microbioma intestinal e estimular o apetite. "O efeito é observado até em níveis modestos de consumo, como uma lata por dia. Isso mostra que mesmo quantidades pequenas podem ter impacto relevante para o fígado", destaca o gastroenterologista Liu.

A pesquisa também avaliou os benefícios da substituição dessas bebidas por água. Os resultados mostraram que trocar refrigerantes tradicionais por água reduziu o risco de doença hepática em 12,8%. Quando a substituição foi feita com bebidas adoçadas artificialmente, a redução chegou a 15,2%.

Um dado importante revelado pelo estudo é que substituir refrigerantes tradicionais por versões "zero" não trouxe benefícios significativos. O risco para o fígado permaneceu praticamente inalterado. "A abordagem mais segura é limitar o consumo de qualquer tipo de bebida adoçada. A água ainda é a melhor opção para proteger o metabolismo e o fígado", conclui o gastroenterologista. 

Os pesquisadores pretendem aprofundar a investigação sobre as causas biológicas dessa associação, buscando compreender como o açúcar e os adoçantes afetam as bactérias intestinais e de que forma essa interação contribui para o acúmulo de gordura no fígado.

Fonte: O Tempo.

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