SAÚDE

Brasil volta à lista de países com mais crianças não vacinadas, aponta OMS e Unicef

Publicado em 16/07/2025 às 08:37
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Um relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta segunda-feira (14), revelou um dado preocupante: o Brasil voltou a integrar a lista dos 20 países com maior número de crianças não vacinadas no mundo. O país ocupa agora a 17ª colocação no ranking global, com 229 mil crianças sem nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

Esse número representa 16,8% de todas as crianças não vacinadas na América Latina e no Caribe. Na região, apenas o México apresenta uma situação mais crítica, com 341 mil crianças sem imunização.

De acordo com o relatório, a quantidade de crianças brasileiras sem qualquer dose da DTP mais que dobrou em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 103 mil casos. Apesar do aumento absoluto, os dados mostram uma melhora parcial na cobertura da primeira dose da DTP, que havia caído para 70% em 2019 e chegou a 91% em 2024. No entanto, esse índice ainda está abaixo da média de 99% registrada entre os anos 2000 e 2012.

Em nível mundial, cerca de 14,3 milhões de crianças permanecem completamente sem vacinação, sendo classificadas como “zero dose”. Outras 5,7 milhões iniciaram o esquema vacinal da DTP, mas não o concluíram. Ao todo, quase 20 milhões de crianças deixaram de receber ao menos uma dose da vacina apenas em 2024. Dos 115 milhões que iniciaram o esquema, apenas 85% completaram as três doses recomendadas.

Além da DTP, o relatório também destaca a baixa adesão a outras vacinas essenciais. A imunização contra o HPV, por exemplo, alcançou apenas 31% dos adolescentes no mundo em 2024 — muito abaixo da meta global de 90% até 2030. No caso do sarampo, a cobertura da primeira dose subiu de 83% para 84%, e a da segunda passou de 74% para 76%. Mesmo com os avanços, os índices seguem inferiores aos observados antes da pandemia.

O documento ainda chama atenção para a crescente ocorrência de surtos de doenças evitáveis. A Europa registrou um triplo aumento nos casos de coqueluche e o dobro de infecções por sarampo em 2024. Nos Estados Unidos, o cenário também é alarmante: o país enfrenta, em 2025, o maior surto de sarampo desde que a doença foi considerada eliminada, com 1.288 casos confirmados.

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