O terceiro grupo de estrangeiros que poderá sair da zona de conflito inclui Alemanha, Estados Unidos, Itália, Indonésia, México e Reino Unido
Um homem lamenta sentado perto do portão do posto fronteiriço de Rafah com o Egito, no sul da Faixa de Gaza, em 3 de novembro de 2023 (Foto/Said Khatib/AFP)
Os brasileiros na Faixa de Gaza novamente ficaram de fora de uma lista de estrangeiros autorizados a atravessar a fronteira com o Egito. O terceiro grupo de estrangeiros que poderá sair da zona de conflito inclui Alemanha, Estados Unidos, Itália, Indonésia, México e Reino Unido.
Este é o terceiro grupo autorizado a deixar Gaza. A lista foi divulgada na manhã desta sexta-feira (30), com 571 nomes, sendo 367 são norte-americanos e 127 britânicos.
O processo de liberação de estrangeiros e feridos graves de Gaza começou na quarta (1º), e já atendeu quase 1.000 dos cerca de 7.000 cidadãos elegíveis a sair. As duas listas somam permissões para Austrália, Áustria, Bulgária,Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Tcheca, membros da Cruz Vermelha e de ONGs, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade.
Há 34 brasileiros em Gaza aguardando autorização para sair. Não há um prazo para a liberação. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que já está em território egípcio, deve ser usado para trazer o grupo de volta ao Brasil. Os brasileiros que aguardam em Gaza tem recebido dinheiro do Itamaraty para comprarem comida e água, mas o problema é achar tais itens, em falta em todo território.
O Itamaraty vem mantendo contato com autoridades egípcias, catari, norte-americanas e israelenses no intuito de acelerar o aval. A saída dos estrangeiros ocorre pela passagem de Rafah, que liga as cidades homônimas em Gaza e no Egito.
Apesar da fronteira com Gaza ser egípcia, a lista tem sido submetida a Israel, que, atacado pelo Hamas em 7 de outubro, deflagrou uma guerra, atacando pesadamente Gaza, território palestino controlado pelo grupo.
Já o Catar é fundamental na mediação da liberação dos estrangeiros porque é um país do golfo Pérsico que abriga parte da liderança do Hamas mas mantém diálogos com Israel, Palestina e Estados Unidos.
Foi Israel que orientou todos os residentes em Gaza a se encaminharem para a região Sul, onde fica a fronteira com o Egito. As forças militares de Israel alegaram que a medida visava poupar as vidas de civis de ataques no Norte de Gaza, onde concentra-se o braço armado do Hamas.
No entanto, milhares de pessoas aguardam há três semanas a autorização para sair de Gaza, enquanto Israel impede a entrada de comida, água, combustível e outros itens essenciais, o que tem levado a uma crise humanitária e ao colapso do sistema de saúde no território palestino.
FAB resgata brasileiros na Cisjordânia
Enquanto Israel impede a saída dos brasileiros de Gaza, a Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou outros na Cisjordânia, território palestino que não é controlado pela Hamas, mas pela Auroridade Palestina, adversária do grupo que deu início à guerra com Israel.
A aeronave VC-2 (Embraer 190), cedida pela Presidência da República, que pousou na manhã de quinta-feira na Base Aérea de Brasília, foi a nona que regressou ao Brasil pela Operação Voltando em Paz, do governo federal, desde o início das hostilidades no Oriente Médio. Mas, foi a pioneira a trazer cidadãos brasileiros resgatados do território palestino da Cisjordânia. Os outros oito voos anteriores da FAB repatriaram brasileiros que estavam em Israel.
Neste último voo da missão brasileira, os passageiros transportados partiram, na quarta-feira, de Aman, na Jordânia, país vizinho a Israel, após negociações diplomáticas realizadas pelo Ministério das Relações Exteriores.
Dos 32 passageiros, 30 são brasileiros e, ainda, há um palestino e uma jordaniana, casados com brasileiros. Deste total de transportados, 12 são homens; 9 são mulheres e 11 são crianças. Entre os adultos, seis são idosos, dois deles cadeirantes, que receberam ajuda para descer da aeronave. Na chegada, o grupo acenou com bandeiras do Brasil e da Palestina.
Apenas uma passageira permaneceu em Brasília. As demais famílias repatriadas terão outros destinos finais. Das seis pessoas que desembarcaram na escala feita no Recife (PE), às 5h35, três pessoas ficaram na capital pernambucana e três seguiram para Fortaleza (CE).
A partir da capital federal, oito pessoas viajarão para Foz do Iguaçu (PR); cinco irão a São Paulo (SD); quatro, a Florianópolis (SC); três, Rio de Janeiro (RJ); dois, em Curitiba (PR); dois, em Goiânia (GO); e um para Porto Alegre (RS).
Com o pouso de quinta-feira da aeronave VC-2, são 1.445 passageiros e 53 pets resgatados em voos que já regressaram ao Brasil. A maioria estava em Israel.
Fonte: O Tempo