Medidas para baratear os veículos e alavancar a indústria automobilística devem ser anunciadas nesta quinta-feira
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante visita a montadora (Foto/Carla Carniel/REUTERS)
O governo federal deve anunciar nesta quinta-feira (25), no Dia da Indústria, um novo pacote de incentivos para a indústria automotiva, numa tentativa de baratear os carros novos, principalmente os populares, e impulsionar as vendas no mercado de veículos. O anúncio deve ocorrer durante uma solenidade na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
O governo estuda três alternativas principais para ajudar as montadoras a diminuir os preços dos veículos. A primeira delas seria retomar algo que já foi feito nos outros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que é um tributo federal, para veículos que custam até R$ 100 mil.
“É bem provável que a gente tenha uma redução do IPI ou até mesmo isenção, dependendo do prazo”, confirma Gustavo Viana, diretor de operações das regionais Minas Gerais e Nordeste da Becomex, empresa especializada nas áreas fiscal, tributária e aduaneira.
A incidência do IPI depende da motorização e tipo de veículo. Os carros flex com motor até 1.0 tem imposto de 7%, por exemplo. Já a cobrança sobre os automóveis com motor entre 1.0 e 2.0 é de 11%.
A segunda possibilidade estudada pelo Ministério da Fazenda é costurar um acordo com os governos estaduais para a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual.
E a terceira e maior novidade seria um possível uso do FGTS como garantia para os financiamentos de carros populares. “Esta medida poderia fazer com que o crédito para acesso a esses veículos se tornasse um pouco mais barato”, explica Viana.
Mas a liberação do Fundo de Garantia sofre grande resistência dentro do próprio governo federal, pois o FGTS atualmente só é liberado em casos previstos em lei, como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou doença.
No entanto, o pacote de incentivos é um pedido do presidente Lula, que faz pressão por carros mais baratos e com possibilidade de parcelamento por um tempo maior. Nesta quarta-feira, o presidente se reuniu com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do assunto.
Fonte: O Tempo