A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,2% no trimestre encerrado em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30/12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice representa queda em relação aos 5,6% registrados no trimestre finalizado em agosto, usado como base de comparação.
O resultado estabelece um novo piso da série histórica iniciada em 2012. Até então, o menor percentual havia sido de 5,4% no trimestre encerrado em outubro deste ano. O IBGE ressalta, no entanto, que não recomenda comparações diretas entre períodos com meses coincidentes, como outubro e novembro.
A taxa também ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro, que apontava 5,4%, de acordo com levantamento da agência Bloomberg.
Os números fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que acompanha o desempenho do mercado de trabalho formal e informal no país. No trimestre até novembro, o total de pessoas em busca de emprego foi estimado em 5,6 milhões — o menor contingente de desocupados já registrado pela pesquisa.
O pico do desemprego ocorreu no trimestre encerrado em março de 2021, em meio à pandemia de Covid-19, quando quase 15 milhões de pessoas estavam sem trabalho.
Além da queda na desocupação, o país atingiu um novo recorde no número de pessoas ocupadas: 103,2 milhões. Com isso, o nível de ocupação — proporção da população com 14 anos ou mais que estava trabalhando — alcançou 59%, o maior percentual da série histórica.
Em nota, a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, afirmou que a manutenção de um elevado contingente de trabalhadores ao longo de 2025 reduz a pressão por procura de emprego, contribuindo para a diminuição da taxa de desemprego.
Especialistas avaliam que a melhora nos indicadores de emprego e renda reflete uma combinação de fatores, como o ritmo mais forte da atividade econômica, medidas de estímulo adotadas pelo governo federal, mudanças demográficas e os efeitos da tecnologia na criação de vagas.
Apesar do cenário positivo, economistas destacam que desafios persistem, especialmente o elevado nível de informalidade. Ainda há um número expressivo de trabalhadores em ocupações consideradas mais precárias, limitando a qualidade da recuperação do mercado de trabalho.
O que é desemprego?
Segundo o IBGE, são consideradas desempregadas as pessoas de 14 anos ou mais que não estão trabalhando, estão disponíveis e procuram ativamente uma ocupação.
O que é a Pnad Contínua?
É a principal pesquisa sobre a força de trabalho no país. A amostra abrange cerca de 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal, visitados trimestralmente por aproximadamente 2 mil entrevistadores.
Como é calculada a taxa de desemprego?
O índice corresponde à proporção de desempregados em relação à força de trabalho total, formada por pessoas ocupadas — no mercado formal ou informal — e desocupadas.
Por que o desemprego está baixo?
Analistas atribuem o resultado ao aquecimento do mercado de trabalho, impulsionado pela atividade econômica, além de fatores demográficos e tecnológicos.
Qual o impacto na economia?
Com mais pessoas empregadas, o consumo tende a crescer, fortalecendo a economia. Em contrapartida, o aumento da demanda pode pressionar a inflação. Para conter esse efeito, o Banco Central elevou a taxa básica de juros para 15% ao ano.