Nascida ainda na Idade Média, a tradição milenar e originalmente cristã de celebrar o Dia de Finados vem da religião católica. Seu objetivo é relembrar a memória daqueles que já morreram e rezar pela alma dessas pessoas. Mas o que representa para a alma de quem vai e de quem fica o Dia de Finados? A Igreja Católica explica.
Segundo o líder da Arquidiocese de Uberaba, Dom Paulo Mendes Peixoto, a igreja, desde seu início, sempre incentivou a espiritualidade do Dia de Finados dentro da formação católica, a partir de uma dimensão espiritual divina. "Então, dentro daquele contexto de Jesus que ressuscita e, como premissa, volta à casa do Pai, Ele promete também a ressurreição daqueles que seguirem Seus passos. Assim, a igreja reconhece na vida das pessoas essa intimidade com Deus que se realiza na Terra, mas continua na eternidade", explica.
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Além do lado espiritual, Dom Paulo explica que o dia também é um alimento para o coração e a saudade daqueles que ficaram, por meio das homenagens e da oração. O arcebispo diz ainda que o dia é uma forma de reconhecer a dignidade que está no indivíduo, não só na Terra, mas que perdura também na eternidade.
"É também o momento de a gente relembrar o lado mais sentimental. Perder um ente querido não é tão fácil. E celebrar aquele dia seria alimentar aquele lado afetivo, aquele lado da convivência, pois agora não convive mais, mas naquela certeza de que Deus acolhe quem procurou viver na Sua dimensão de espiritualidade e assim por diante", afirma.
Outra visão pouco debatida, mas pontuada por Dom Paulo, é a de que o dia também traz um ensinamento do destino final de todos os seres humanos. "Claro que ajuda também a própria pessoa a se preparar para saber que a vida é assim mesmo, que todos vão passar por aquele caminho. Acho que tudo isso vai alimentando uma mentalidade que eleva o espírito da pessoa, porque quando falece, há sempre aquele vazio", finaliza.