DOS EUA

Eduardo Bolsonaro ataca Valdemar Costa Neto e Paulinho da Força

Deputado, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), rebateu o presidente do PL for falas e ameaçou relator da PEC da Anistia com sanções dos EUA

O Tempo
Publicado em 21/09/2025 às 09:02
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Eduardo Bolsonaro mora nos EUA desde março: ele busca o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (Foto:/AFP or licensors)

BRASÍLIA – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou, neste sábado (20/9), sobre uma declaração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em entrevista publicada no dia anterior. O líder partidário disse que o parlamentar “não tem votos” e suas ações poderiam matar o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não abdiquei de tudo para trocar afagos mentirosos com víboras. Não lutei contra tiranos insanos para me sujeitar aos esquemas espúrios dos batedores de carteira da ocasião. Esse é o momento para resgatarmos a direita, não para a enfiarmos nas mãos sujas do aproveitador da ocasião”, escreveu Eduardo no X.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada na sexta-feira (19/9), Valdemar afirmou que Jair Bolsonaro é uma “figura imprevisível” e admitiu a possibilidade de o ex-presidente apoiar outro nome na disputa presidencial de 2026, inclusive fora da família. 

Ao ser questionado se Eduardo aceitaria a decisão do pai, o dirigente respondeu: “Ele tem que obedecer porque os votos que ele tem são por causa do pai, não são por causa dele”. E, ao comentar rumores de que Eduardo cogitaria deixar o PL para disputar a Presidência por outro partido, completou. “Não acredito que brigue com o pai dele... Vai ajudar a matar o pai de vez?”.

Primeiro, Eduardo respondeu por meio de declaração ao jornal O Globo, ainda na sexta: “Dizer que um filho ajudaria a matar o próprio pai, se ele não aceitar as chantagens que até seus aliados mais próximos estão fazendo com ele, é de uma canalhice que não esperava nem mesmo de você, Valdemar. Aguardo suas desculpas públicas e espero que você só tenha se atrapalhado, mais uma vez, com as palavras”, disse Eduardo.

Valdemar respondeu a Eduardo logo em seguida. “Canalhice é xingar o próprio pai e pensar que tem votos. Os votos são do seu pai, não seus. Mas, se o seu pai te escolher, vai ter o apoio do partido. Diferente de você, respeito muito seu pai”, disse o presidente do PL em nota.

Eduardo já sinalizou a aliados que pode deixar o PL caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se filie à sigla para disputar a Presidência da República em 2026. Presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, afirmou que mantém conversas e o convite para Eduardo se filiar ao partido e sair como candidato à Presidência em 2026.

As articulações de Eduardo Bolsonaro nos EUA levaram a Polícia Federal (PF) a indiciar tanto ele quanto o pai por coação à Justiça no curso do processo e abolição violenta do Estado democrático de direito, em agosto. O indiciamento de ambos aguarda análise do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Caso acate, Gonet irá denunciá-los ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

Paulo Figueiredo também ataca Valdemar

O youtuber Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, que tem participado das ações de Eduardo nos Estados Unidos por sanções contra autoridades brasileiras, tomou as dores do parceiro na briga verbal com Valdemar da Costa Neto. Também na sexta-feira, Figueiredo publicou na rede social X uma série de críticas contra o presidente do PL.

“Valdemar não tem respeito algum por Bolsonaro. Usa a popularidade do presidente para encher o partido (e a si próprio?) de dinheiro. Todo mundo sabe disso. Agora, o faz de refém para barganhar mais acordos políticos. E o Brasil? ‘Ah francamente… isso é para os radicais’”, disparou.

“Quantos votos tem Valdemar? Um palhaço, que é chamado para dar entrevista porque é inepto e leva nosso movimento político ao ridículo. Eu sei. Já tentei entrevistá-lo e fiquei constrangido. Está onde está, por herança de um latifúndio impróprio do sistema político brasileiro”, escreveu em outro post.

Em seguida, Figueiredo Filho afirmou que é “consenso dentro do próprio PL”, que Costa Neto é um “palhaço corrupto que herdou um latifúndio”. “Aliás, o que eu estou falando aqui é consensual dentro do próprio PL: um palhaço corrupto que herdou um latifúndio. Só estou falando publicamente porque não preciso dele”, disse.

Neto de João Baptista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar no Brasil, Figueiredo Filho foi comentarista do grupo Jovem Pan, onde se notabilizou por defender as ações do governo de Jair Bolsonaro, os ideias de direita e por atacar políticos de esquerda e instituições brasileiras, em especial o STF. Ele, que foi demitido da Jovem Pan em 2023, com Rodrigo Constantino e Zoe Martinez, mora nos Estados Unidos desde 2027, de onde mantém um blog em que comenta a política local e brasileira. 

Figueiredo Filho integra o quinto núcleo da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR); é o único que tem apenas uma pessoa na ação sobre a trama golpista. Ele faz parte do núcleo de desinformação do suposto plano de golpe de Estado em 2022. Mas, como não constituiu advogado nem foi localizado para ser intimado ao longo da investigação, o processo contra ele foi desmembrado e tramita separado.

Eduardo faz ameaças à Paulinho da Força

Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os EUA em março dizendo que só retornaria ao Brasil após conseguir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, também atacou o relator do projeto de anistia na Câmara, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), acenando com sanções dos EUA. 

“Paulinho da Força, vou retribuir o conselho que me deu, sobre colocar a mão na consciência. Entenda de uma vez por todas: eu não abri mão da minha vida no Brasil e arrisquei tudo para trazer justiça e liberdade para meu povo em troca de algum acordo indecoroso e infame como o que está propondo”, publicou Eduardo no X, também na sexta-feira.

No dia anterior, Paulinho afirmou, em diversas ocasiões, que não apresentará um texto para anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o que beneficiaria Jair Bolsonaro e os outros sete condenados na semana passada pelo STF por integrar o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

O relator da proposta na Câmara afirmou buscar um consenso para reduzir as penas daqueles que participaram da invasão às sedes dos Três Poderes, sem amenizar a situação de quem foi condenado por planejar ou financiar esses e outros atos. Ele disse que a proposta vai se chamar PL da Dosimetria.

Em entrevista à Folha, Paulinho afirmou que seu texto não irá afrontar o STF. “Eu não vou construir nenhum projeto que afronte o Supremo. Eu sou o maior defensor do Supremo no Tribunal Federal”, afirmou. “Essa redução de pena, que nem anistia é, não vai trazer pacificação”, respondeu Eduardo em vídeo nas redes. “A decisão mais simples é votar contra qualquer redução de penas e a favor unicamente de uma anistia”, completou.

Fonte/O Tempo

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