Para o economista Sérgio Martins, esse índice de quase 16% ainda é um número razoável
O número de famílias que declaram não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso aumentou nos últimos dois meses
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta que o percentual de famílias com dívidas vem diminuindo. Em outubro, foi registrado o quinto mês consecutivo de queda. No mês foi registrado que 61,2% das famílias estão endividadas, índice menor que no mês de setembro, 61,6%. No entanto, o dado é superior a 2010, que atingiu a marca de 58,6%.
Segundo a pesquisa, entre as famílias sondadas, 15,9% afirmaram que se consideram “muito endividadas”, um recuo frente aos 16,3% de setembro. Entretanto, o número de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso aumentou entre os meses de setembro e outubro, saindo de 8,0% para 8,2%. Ano passado, este índice chegou a 9,5%.
O economista Sérgio Martins entende que este índice não é alto, levando em consideração o conjunto da população e o número de famílias. Ele entende que o Brasil é muito desigual, com grande faixa da população tendo espaço para crescer no endividamento. “O endividamento é bastante desequilibrado. Muitas pessoas apresentam comprometimento de dívidas em curto prazo – que vão até um ano – 30% acima da renda. Este comprometimento não é bom”, observa.
Para ele, o índice de quase 16% ainda é um número razoável, tendo em vista o número de famílias e a renda, que está aumentando. “Quanto mais aumenta a renda das famílias, no conjunto da economia, maior é o comprometimento de endividamento.
O crédito é uma coisa boa, mas quando utilizado de forma equilibrada”, explica.