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Família de aposentado pensa em levar erro médico à Justiça

Depois de permanecer nove dias com uma pinça cirúrgica no abdômen, o aposentado de 59 anos Lázaro Lorena da Silva deixou a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São José

Publicado em 05/01/2011 às 23:30Atualizado em 20/12/2022 às 02:18
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Depois de permanecer nove dias com uma pinça cirúrgica no abdômen, o aposentado de 59 anos Lázaro Lorena da Silva deixou a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São José. De acordo com a filha do paciente, Renata Cristina de Assis, Lázaro foi encaminhado a um quarto e está sendo observado pelo corpo clínico da casa de saúde.

Aparentemente estável, conforme descreveu Renata, o paciente teve alta da UTI às 11h de ontem e ainda não teve muito contato com a família.

Segundo familiares, a decisão de acionar ou não o Judiciário caberá ao paciente, que se recupera da segunda intervenção cirúrgica, na qual foi retirada uma pinça semelhante a uma tesoura curva utilizada no primeiro procedimento para uma desobstrução intestinal.

“Ele está passando bem, mas a bolsa de colostomia ainda não está funcionando. Disseram que é normal. Agora vamos aguardar a recuperação do meu pai para ver se a Justiça vai ter que resolver algo ou não. Afinal, ele é a principal vítima e apenas ele pode dizer o que passou”, pontuou.

Diante dos fatos apresentados pela mídia, relatando o episódio que ganhou conotação nacional, o Conselho Regional de Medicina (CRM) decidiu apurar o caso.

Segundo o médico Nelson Barsam, delegado do CRM, a partir do momento que a denúncia se tornou pública, o papel da instituição é esclarecer a situação. O primeiro passo, que é o processo de apuração do ofício, já teve início.

Questionado sobre a frequência de acusações, como a mencionada na reportagem, o delegado afirmou que ocorrências são comuns, variando de intensidade, grau e região e oferecendo maior ou menor fundamento, mas todas são investigadas.

Quanto à gravidade do ato de esquecimento de um artefato no corpo de um paciente, Nelson reforçou a possibilidade de falhas humanas e disse não ter condições para estabelecer o agravamento do acontecimento. “Não conheço a fundo o caso. É necessário ouvir as outras partes, saber detalhes sobre a cirurgia, a evolução do paciente e um fator esquecido, mais de extrema importância, que é o relacionamento do médico com os familiares do paciente”, ressaltou.

Caso a sindicância evolua para um processo, padrões estabelecidos por órgãos competentes há mais de 50 anos estabelecem penalidades que vão desde advertência sigilosa e suspensão até a pena máxima, que é a limitação do exercício profissional.

A Delegacia do Conselho Regional de Medicina não estabeleceu prazo oficial para desfecho da investigação. “A sindicância é indicada em 15 dias, segundo o código que rege a classe. Em 30 dias deveria ser feito um relatório e apresentado em plenária para discussão, mas talvez esse tempo não seja suficiente”, sinalizou o delegado Nelson Barsam.

Após junta de documentação com posicionamento das partes envolvidas, uma Comissão de Ética terá o trabalho de avaliar a circunstância, restando ao CRM penalizar os responsáveis.

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