SOBRENATURAL

Foice no pescoço e cadeado no pé: arqueólogos encontram ‘vampira’ na Polônia

Publicado em 14/03/2025 às 09:35
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De acordo com Polinski, a mulher provavelmente estava doente e seus sintomas podem ter sido interpretados como sinais de que ela voltaria dos mortos (Foto/Reprodução)

De acordo com Polinski, a mulher provavelmente estava doente e seus sintomas podem ter sido interpretados como sinais de que ela voltaria dos mortos (Foto/Reprodução)

Recentemente, arqueólogos da Universidade Nicolau Copernico, na Polônia, fizeram uma descoberta intrigante em um vilarejo isolado: ossadas de pessoas consideradas “vampiras” há cerca de 400 anos. No cemitério da pequena vila de Pien, foram encontrados restos mortais de indivíduos enterrados de maneira incomum, com cadeados nos pés e foices de ferro presos ao pescoço, revelando práticas de proteção contra o retorno dos mortos, como acreditavam os europeus medievais.

O professor associado Dariusz Polinski, arqueólogo-chefe da escavação, explicou à agência de notícias Reuters que, embora o termo “vampiro” seja moderno, a ideia de mortos retornando como criaturas sobrenaturais era amplamente aceita pelos europeus centrais na Idade Média. Essas criaturas eram conhecidas como "upior", um tipo de monstro temido pela população da época.

"Provavelmente, havia um grande medo dessa pessoa. E esses artefatos - uma foice no pescoço e um cadeado no pé esquerdo - tinham como objetivo proteger os vivos dessa pessoa", afirmou Polinski, destacando o contexto cultural e histórico das descobertas.

A primeira descoberta significativa ocorreu em 2022, quando a equipe de Polinski encontrou os restos mortais de uma mulher jovem enterrada sem identificação, com um cadeado preso a um dos pés e uma foice de ferro no pescoço. Esse ritual funerário incomum sugeria que a mulher era vista como uma ameaça sobrenatural. Neste ano, em uma escavação a poucos metros dali, foi encontrado o corpo de uma criança entre cinco e sete anos de idade, também enterrada com um cadeado no pé, mas com a adição de um enterro invertido, com o corpo de bruços, uma prática que, segundo os arqueólogos, aumentava o simbolismo de evitar o retorno da pessoa dos mortos.

De acordo com Polinski, a mulher provavelmente estava doente e seus sintomas podem ter sido interpretados como sinais de que ela voltaria dos mortos. Já a criança, cujos restos mortais mostraram sinais de exumação e remoção de cabeça e torso, representava um medo ainda maior, possivelmente devido a crenças relacionadas ao destino da alma da criança após a morte.

As descobertas de Pien não se limitam a essas duas ossadas. A equipe encontrou dezenas de sepulturas, muitas das quais com práticas funerárias igualmente incomuns, como o uso de objetos de ferro, que se acreditava que tinham o poder de manter os mortos em paz, ou pedras pesadas colocadas nos braços e pescoço, possivelmente para garantir que os mortos não se levantassem de seus túmulos.

Curiosamente, embora o cemitério tenha sido utilizado até o século 18, ele foi gradualmente esquecido, não sendo registrado em mapas nem marcado com lápides ou outros sinais. O tamanho total do cemitério permanece desconhecido, mas a equipe de Polinski planeja realizar mais estudos no local, utilizando radar de penetração no solo para localizar outras sepulturas e entender melhor a extensão das práticas funerárias da época.

Essas descobertas não apenas lançam luz sobre os temores e superstições dos europeus medievais, mas também oferecem uma visão fascinante sobre as maneiras pelas quais as comunidades tentavam proteger a si mesmas de ameaças que acreditavam estar além do controle humano, como o retorno dos mortos e o sobrenatural.

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