RELATÓRIO

Hipertensão afeta 1,4 bilhão de pessoas no mundo, mas só 20% controlam a doença

OMS alerta que pressão alta não controlada causa 10 milhões de mortes anuais e custa US$ 3,7 trilhões a países em desenvolvimento

O Tempo
Publicado em 23/09/2025 às 19:55
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que 1,4 bilhão de pessoas vivem com hipertensão em todo o mundo, mas somente um em cada cinco pacientes consegue controlar a condição. O segundo relatório global sobre o tema foi apresentado nesta terça-feira (23/9) durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, em evento conjunto com a Bloomberg Philanthropies e a "Resolve to Save Lives".

O relatório, com dados coletados ao longo de 2024 e projeções até 2025, identifica a hipertensão como uma das principais causas de ataques cardíacos, derrames, doenças renais crônicas e demência. A condição persiste como um problema de saúde global apesar de ser prevenível e tratável.

Entre os fatores que dificultam o controle adequado da hipertensão estão políticas de saúde insuficientes para reduzir riscos como consumo de álcool, tabagismo, sedentarismo e ingestão excessiva de sal. O acesso limitado a dispositivos validados para medição da pressão arterial, a falta de protocolos padronizados de tratamento e equipes de atenção primária sem capacitação adequada também contribuem para o problema.

A análise de dados de 195 países e territórios mostra que 99 deles têm taxas nacionais de controle da hipertensão abaixo de 20%. O impacto é desproporcional em nações menos desenvolvidas, onde apenas 28% dos países de baixa renda relatam disponibilidade geral de todos os medicamentos recomendados pela OMS em farmácias ou unidades de atenção primária, em comparação com 93% dos países de alta renda.

"Medicamentos seguros, eficazes e de baixo custo para controlar a pressão arterial existem, mas muitas pessoas não conseguem obtê-los", afirma o presidente e CEO da "Resolve to Save Lives", Tom Frieden. "Fechar essa lacuna salvará vidas — e economizará bilhões de dólares todos os anos”, ressalta.

Segundo a OMS, as doenças cardiovasculares, incluindo a hipertensão, devem custar aproximadamente US$ 3,7 trilhões aos países de baixa e média renda entre 2011 e 2025, o equivalente a cerca de 2% do PIB combinado dessas nações. 

"A cada hora, mais de mil vidas são perdidas devido a derrames e ataques cardíacos causados pela pressão alta, e a maioria dessas mortes é evitável", afirma o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Os países têm as ferramentas para mudar essa narrativa. Com vontade política, investimento contínuo e reformas para incorporar o controle da hipertensão nos serviços de saúde, podemos salvar milhões e garantir a cobertura universal de saúde para todos."

O relatório destaca casos de sucesso como Bangladesh, Filipinas e Coreia do Sul, que avançaram ao integrar o cuidado da hipertensão à cobertura universal de saúde (UHC), investir na atenção primária e engajar as comunidades. Bangladesh aumentou o controle da hipertensão de 15% para 56% em algumas regiões entre 2019 e 2025, incorporando serviços de tratamento em seu pacote de serviços essenciais de saúde.

A Coreia do Sul implementou reformas que incluem baixos custos para medicamentos anti-hipertensivos e limitação de taxas para pacientes, alcançando uma taxa de controle da pressão arterial de 59% em 2022.

"A pressão alta não controlada causa mais de 10 milhões de mortes todos os anos, apesar de ser tanto prevenível quanto tratável. Os países que integram o cuidado da hipertensão à cobertura universal de saúde e à atenção primária estão fazendo progressos reais, mas muitos países de baixa e média renda ainda ficam para trás", afirma a líder do Programa de Saúde Pública da Bloomberg Philanthropies, Dra. Kelly Henning. "Políticas fortes que aumentem a conscientização e ampliem o acesso ao tratamento são fundamentais para reduzir doenças cardiovasculares e mortes evitáveis”. 

Fonte: O Tempo.

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