Oleiros de Conceição das Alagoas esperam a reunião com o prefeito José Renato de Souza, prevista para ocorrer na segunda-feira (18), para decidir se farão manifestação contra a decisão do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de impedi-los de retirar barro da lagoa Feia para a produção de tijolos. A interdição foi feita no dia 21 de setembro.
De acordo com Moacir de Sene Amâncio, proprietário de uma das 60 olarias em Conceição que estão paralisadas, a medida do IEF prejudica cerca de 400 famílias. “Muitas pessoas daqui vivem disso. Se não houver uma solução para este problema rapidamente, na próxima semana haverá este protesto coletivo”, afirma. O ato pode ocorrer na frente da Prefeitura e do fórum.
Jaider Melo, proprietário de outra olaria interditada, também reclama da situação. “A economia de Conceição depende desta atividade. Quase metade das construções de Uberaba foi feita com tijolos produzidos aqui e agora chega uma pessoa dizendo que registrou a lagoa em seu nome. Não dá para aceitar”, protesta.
José Batista de Souza Neto, procurador do município, explica que o IEF interditou as olarias afirmando que não têm licença para a queima de lenha e nem outorga de água. “Informaram também que há olarias atuando em Área de Preservação Permanente (APP)”, informa.
Ainda de acordo com o procurador do município, a Prefeitura é favorável à retomada do funcionamento das olarias, especialmente devido à questão social envolvida. “Muitas famílias dependem desta renda. Por isso, a prefeitura fará o que estiver ao alcance dela para intermediar as conversas entre os oleiros e o IEF, inclusive podendo atestar a insuficiência deles para se sustentarem sem esta atividade. Mas, a prefeitura também destaca a necessidade da regularização das olarias junto aos órgãos ambientais, pois não pode chancelar irregularidades”, afirma.