Neste último mês, houve alta de 10% no custo de vários produtos e os artesãos tentam não repassar ao consumidor
Artesanato mineiro está sofrendo com a volta da inflação ao varejo, desde o início do ano. Uma das atividades mais antigas que contribuem para a economia do país teve algumas das matérias-primas encarecidas e os artesãos estão tentando não repassar ao consumidor, a fim de não ter redução nas vendas.
Em vários estabelecimentos comerciais que trabalham com a venda de produtos artesanais foi possível perceber o reajuste nos preços nos primeiros meses do ano. Entre os materiais que tiveram aumento estão madeira, tinta, tecido, linha, bambu e vime.
Para Gaspar Gonçalves de Souza, proprietário de loja de materiais para artesanato, neste último mês houve alta de 10% no custo de vários produtos. Outro que confirma o aumento é o empresário Idelmar Gonçalves, mas ele ainda não sabe identificar o percentual de cada material. Ressalta, porém, que a madeira e a tinta foram os mais reajustados.
Com tanto aumento no valor da matéria-prima, fica complicado o artesão não repassar para o preço final. De acordo com a presidente da Casa do Artesão, Maria Aparecida Borges de Freitas, os profissionais estão tendo que espremer a margem de ganho. “Sem condições de repassar o aumento dos custos, eles estão reduzindo o lucro para não perder o cliente e tentam adaptar as peças à nova realidade. Os artesãos vão ter, no entanto, que aumentar gradativamente os preços para que permaneçam no mercado”, esclarece Borges. “Além da alta, a categoria está tendo dificuldade em encontrar alguns desses produtos, principalmente tecido, o que prejudica ainda mais a renda do trabalhador”, finaliza.