Inocentado por morte no Caresami

O julgamento de Judivan Batista Moreira durou nove horas. A sessão do Tribunal do Júri começou ao meio-dia de ontem e faltaram provas para a condenação. Ele era acusado de homicídio qualificado e roubo, em participação do assassinato do menor Diego Campos Lacerda, morto dentro do Centro de Reeducação do Menor Infrator (Caresami) em julho de 2006.

O motivo do crime seria vingança, uma vez que Diego era suspeito de ter participado do assassinato de um integrante de uma gangue rival, Fernando da Cruz Maciel, morto uma semana antes no bairro Gameleira 2. Em junho do ano passado, outros três acusados de participação no crime foram condenados.

Flávio Henrique da Cruz Abreu, vulgo “Flavinho”; Evandro Batista dos Santos, o “Zói”, e Raimundo Carlos Silva e Silva, também conhecido como “Ramon”, tiveram sentença de 14 anos de reclusão em regime fechado. Um quarto acusado, Cléber do Carmo Ventura, vulgo “Bim”, também acabou sendo absolvido pelos jurados.

Presidiu o júri desta quinta-feira a juíza Cíntia Fonseca Nunes Junqueira de Moraes, e o promotor João Vicente Davina atuou na acusação. O réu teve os advogados Rodrigo Daniel Resende e Lucas Teixeira de Ávila como defensores.

Ao final, os jurados acolheram a tese de negativa de autoria da defesa, de que Judivan não participou nem da invasão ao Caresami com consequente morte do interno, nem do roubo de que era acusado. Segundo o advogado Lucas Teixeira, o processo era uma “colcha de retalhos”, com provas contra e também a favor de Judivan. A juíza imediatamente mandou expedir o alvará de soltura. Judivan seguiu para a penitenciária, mas poderia ser liberado ainda na noite de ontem.

O Tribunal do Júri se reúne novamente no dia 28 de junho. Cleiton Leandro de Paiva e Ricardo Alexandre Teixeira serão julgados pelo assassinato de Cláudio Tavares da Silva.