O inverno traz temperaturas mais amenas, mas também o risco de agravamento de viroses, comuns nesta época do ano. Por isso, especialistas alertam que neste período, as pessoas estão sujeitas a vários tipos de vírus, principalmente os respiratórios, como os da gripe e do resfriado, problemas que podem passar de uma pessoa para outra, sendo que quanto mais próxima de uma pessoa contaminada, maior a chance de adoecer.
O alerta também serve para destacar preocupação com aumentos de casos de diarreias provocadas pela contaminação por vários agentes infecciosos ou mesmo surtos de doenças transmitidas por alimentos. O infectologista Edimilson Migowski, diretor do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que condições comuns neste período facilitam a contaminação por uma série de doenças. Ele revela que nesta época do ano, as doenças mais transmissíveis são as conjuntivites virais, as viroses do trato respiratório em geral, entre elas a gripe comum e a H1N1, e várias outras doenças podem ser transmitidas pelo contato, inclusive doenças bacterianas, como meningite, parasitoses, embora o principal interesse nessa época do ano seja a prevenção das virais.
Para evitar a contaminação, a recomendação é manter os ambientes bem arejados, deixando o ar circular pelas janelas, e não descuidar da higiene. O principal é a lavagem das mãos, evitar locais muito aglomerados e fechados, e sempre que entrar ou sair de algum lugar público ou usar transporte público, lavar as mãos ao chegar em casa ou ao trabalho. O problema é que no inverno, por conta das temperaturas mais frias, muitas pessoas acabam se esquecendo de manter este hábito. Os recentes casos de gripe H1N1 rondando pelo país e que já causaram cerca de 72 mortes nos estados da região Sul também servem de alerta para que a população volte a higienizar as mãos com álcool em gel.
Sintomas e tratamento. Os principais sintomas das viroses são febre, vômito, diarreia e mal-estar. A infectologista Danielle Borges Maciel afirma que não há como curar a virose, o recurso é amenizar os sintomas e evitar a desidratação. Por isso, a médica ensina como fazer o soro caseir um litro de água filtrada ou fervida, acrescentar duas colheres rasas de sobremesa de açúcar e uma de café, rasa, de sal. Na alimentação deve-se preferir a ingestão de todos os líquidos, como sopas, chás, leite, exceto refrigerantes. Ingerir frutas, verduras e legumes, que contribuem na hidratação e carboidratos, como macarrão.
“Crianças e idosos desidratam com mais facilidade e por isso é preciso um cuidado maior com eles, e ainda têm uma dificuldade de pedir líquidos, às vezes o idoso está acamado ou a criança é muito pequena”, alerta a infectologista, que destaca ainda a importância de se procurar atendimento médico para o caso, seja qual for a idade. “Todas as pessoas que estiverem apresentando febre, vômito, diarreia ou sintomas respiratórios devem procurar um atendimento médico, inicialmente nas Unidades Básicas de Saúde, e não nas UPA’s”, frisa Danielle.