Novo relatório da NOAA aponta que a La Niña segue até o verão no Brasil e que o El Niño pode retornar em 2026
La Niña ainda não acabou: veja quando o El Niño pode voltar e mudar o clima (Foto/Reprodução)
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) divulgou nesta quinta-feira (13) uma nova atualização sobre o comportamento do fenômeno La Niña no oceano Pacífico Equatorial. O relatório indica que o resfriamento das águas — característico da fase fria — permanece ativo, embora com intensidade fraca, e deve continuar influenciando o clima no Brasil até o início do verão.
Segundo a NOAA, o cenário climático começa a mudar gradualmente ao longo dos primeiros meses de 2026, quando aumenta a probabilidade de neutralidade. A transição deve ocorrer entre janeiro e março, estendendo-se até o outono. Para acompanhar a evolução dos fenômenos La Niña e El Niño e seus efeitos no país, o leitor pode consultar a página de previsão do tempo de O TEMPO.
Probabilidades atualizadas para a La Niña
O relatório estima que:
Como o clima deve reagir no Brasil
Meteorologistas explicam que, durante episódios de La Niña, há tendência de aumento das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e em áreas do Matopiba (região agrícola que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), enquanto o Sul costuma registrar maior variabilidade, mas sem expectativa de estiagem intensa neste ciclo atual.
A fase fria também costuma favorecer temperaturas mais amenas na faixa litorânea e maior frequência de tempestades isoladas, especialmente durante a primavera e o início do verão. Nas capitais e grandes centros urbanos, o padrão pode se traduzir em mais dias com chuva frequente e sensação térmica menos elevada em comparação a anos de El Niño.
Possível retorno do El Niño em 2026
O relatório destaca uma tendência importante: entre o fim do inverno e o início da primavera de 2026, cresce a chance de aquecimento das águas do Pacífico, o que pode sinalizar o retorno do El Niño — fase quente que costuma provocar padrões opostos aos da La Niña, com maior risco de calor acima da média e redistribuição das chuvas pelo território brasileiro.
As projeções mostram que:
Impactos no agronegócio e no clima
Especialistas reforçam que agricultores e setores que dependem de previsões climáticas devem acompanhar de perto essa transição. A manutenção da La Niña até o verão tende a concentrar as chuvas em áreas produtoras do Centro-Oeste e Sudeste, o que pode favorecer o desenvolvimento das lavouras, sobretudo na safra de grãos.
Já o eventual retorno do El Niño em 2026 poderá modificar esse padrão, trazendo riscos de irregularidade de chuvas em determinadas regiões, períodos mais longos de calor intenso e maior necessidade de planejamento hídrico. Ferramentas de monitoramento climático, como os boletins da NOAA e os mapas de previsão de O TEMPO, são aliados importantes para tomada de decisão no campo.
E a previsão para 2027?
A projeção de longo prazo indica que, após um período de neutralidade na primeira metade de 2026, o El Niño pode se tornar dominante novamente em 2027, alterando o comportamento das chuvas e das temperaturas no país.
Nesse cenário, ganham peso os modelos climáticos sazonais e os relatórios de centros internacionais de pesquisa, como a própria NOAA, que ajudam a antecipar tendências e preparar tanto o poder público quanto o setor produtivo para possíveis extremos climáticos.
Fonte: O Tempo